Você sabia que nem todos os vinhos são veganos? É isso mesmo: apesar de ser derivada da uva, que é uma fruta, a bebida pode ter adição de itens de origem animal e se tornar inadequada para quem segue uma dieta vegana.

A vinificação vegana: adaptações no processo

Processo que transforma uvas em vinho, a vinificação envolve várias etapas para que a bebida atinja a melhor expressão de sabor, cor e textura. No entanto, algumas dessas práticas utilizam ingredientes de origem animal, o que exclui esses produtos de uma categoria vegana.

“Na clarificação, etapa que remove impurezas, as substâncias mais usadas são de origem animal, como albumina, gelatina e caseína”, explica Raphael Zanette, fundador do Grupo Vino!. Ele ainda esclarece que essa etapa é essencial para deixar o vinho límpido, suavizar os taninos e remover partículas indesejadas — mas o contato com produtos de origem animal impede que o vinho seja considerado vegano.

Alternativas veganas na clarificação

Para produzir vinhos que atendam ao público vegano, vinícolas estão substituindo agentes de origem animal por alternativas vegetais e minerais. “Entre os clarificantes veganos mais comuns, temos carvão ativado, argilas como a bentonita, calcário e sílica”, explica Raphael.

Segundo o especialista, essas substâncias cumprem o papel de purificação e controle da turbidez sem alterar as características do vinho, preservando o perfil desejado pelos enólogos.

Outra técnica que tem se popularizado em vinhos veganos é a micro-oxigenação. “Essa tecnologia é usada para suavizar taninos nos vinhos tintos, o que dispensa a necessidade de clarificação com agentes de origem animal”, detalha Raphael. “O vinho recebe pequenas doses de oxigênio, que ajudam a dar estrutura e limpidez à bebida, promovendo uma evolução mais natural do seu sabor”, finaliza.