Há menos chocolate à venda nos supermercados brasileiros. Essa é uma das mudanças registradas pelo Índice de Ruptura da Neogrid, que reúne dados de cerca de 80% das maiores redes varejistas do País.

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De acordo com o relatório, em maio deste ano a quantidade de chocolate disponíveis nos supermercados ficou 20,3% abaixo da média, em maio deste ano. É a maior baixa no estoque da categoria em três anos: em maio de 2020, a oferta do doce foi 17,8% menor que a média.

Além disso, menos pessoas estão comprando o produto. Em abril, com a Páscoa, o chocolate apareceu em 14% das vendas dos supermercados. No mês seguinte, a proporção foi de 9,5%. A Neogrid não divulga números absolutos de estoque e venda.

De acordo com Robson Munhoz, diretor de sucesso do cliente da Neogrid, a situação acontece por causa da inflação dos alimentos, especialmente de leites e derivados, que influenciam diretamente o custo de produção de chocolates.

Em supermercados frequentados por clientes de maior renda, o litro de leite tem sido vendido por até R$ 10. “Com menor poder de compra e produtos mais caros, o consumidor vai (preferir) comprar aquilo que é básico”, explicou Munhoz em entrevista ao Estadão.

O preço médio do item aumentou 22,7% entre os meses de junho de 2021 e maio de 2022, segundo dados coletados pela empresa de inteligência de mercado Horus, que pertence à Neogrid.

Como o doce está saindo pouco, os varejistas reduziram seus estoques, dando prioridade a itens de alimentação essenciais, como arroz e feijão. “O mercado comprou menos porque acreditou que venderia menos por causa do aumento de preço e da dificuldade consumidor”, acrescentou.

E não há prazo para a situação voltar ao normal, pelo contrário. Os produtores de chocolate continuam tentando repassar o aumento de preço aos varejistas e pode ser que o doce fique ainda mais caro nos próximos meses.

(*) Da redação da Menu