Com mais de 1,8 mil cervejarias ao redor do Brasil e cerca de 11,26 bilhões de litros comercializados segundo o Ministério da Agricultura, a cerveja é a estrela do mercado nacional de bebidas alcoólicas. Presente em confraternizações, encontros familiares e cardápios sofisticados, os derivados do malte não são adorados somente pela população brasileira, mas por todo o mundo. A paixão é tanta que a bebida tem até um dia para chamar de seu: em 1 de agosto, celebra-se o Dia da Cerveja.

A data foi instituída, em 2007, por fundadores de bares de Santa Cruz, na Califórnia (EUA), como forma de aumentar as vendas, celebrar o produto e aqueles que estiveram em seu processo de produção e comercialização. Anos depois, a comemoração se tornou global.

+ Saiba o que é Aspic, iguaria que pegou participantes do ‘MasterChef Brasil’ de surpresa
+ São Paulo Oktoberfest cria cerveja exclusiva para o festival

Tipos de cerveja

O universo da bebida é amplo: existem mais de 60 tipos de cerveja segundo o mestre cervejeiro Rodrigo Louro, do Tank Brewpub, em São Paulo. Em entrevista à Revista Menu, o especialista explica que a composição da bebida é afetada por vários fatores, incluindo estilo, textura, modo de produção e grupo de cereais escolhido.

“Temos cervejas que vão ser muito leves. Por exemplo: uma American Lager é mais leve, sem muito sabor ou aroma, com baixo álcool. Conseguimos tomá-la em bastante quantidade. Agora, se pensarmos em um Imperial Stout, que tem 15% de álcool, ela vai ser escura, com gosto de chocolate e café, super encorpada. Você vai tomar pouco”, exemplifica.

“São muitos estilos, é possível conseguir qualquer aspecto de sabor: cerveja salgada, azeda, ácida, doce, encorpada, sem corpo, sem muito sabor, com pouco sabor”, conta Rodrigo. 

Mitos sobre a cerveja artesanal e crescimento do mercado

Cerveja artesanal – Foto: Pexels

Questionado sobre quais acredita serem os principais mitos acerca do universo cervejeiro, Rodrigo desmistifica o termo “artesanal”: “Algumas pessoas acham que cerveja artesanal é sinônimo de cerveja caseira. Não significa que cerveja feita em casa seja uma cerveja ruim. Mas a cerveja artesanal é feita em indústrias, lugares muito bem controlados, com higiene, com fiscalização da CETESB e do Ministério da Agricultura”, explica.

Sobre os preços, que podem ser mais elevados do que os de cervejas tradicionais, o especialista defende:

“Um dos principais mitos da cerveja artesanal é que ela não vale a pena pelo preço. Normalmente, ela tem uma experiência sensorial de sabores e aroma e é até mais barata que alguns vinhos. Se a gente for pensar comparativamente, o custo-benefício ainda é válido. Você vai ter uma harmonização interessante, mas as pessoas acham que ela é cara demais se comparada ao vinho”.

Por fim, o mestre cervejeiro afirma que o paladar dos brasileiros, assim como a indústria por trás da produção das bebidas, tem evoluído nos últimos anos. A área, no entanto, ainda enfrenta uma estagnação no desenvolvimento de mais opções e estratégias para aumentar a camada consumidora.

“As pessoas passaram a ir atrás da cerveja artesanal e acabaram percebendo suas nuances, como ela é uma experiência gastronômica também. Eu tinha a sensação que esse mercado ia crescer numa velocidade maior, mas ele não atingiu esse nível, e agora deu uma bela freada. Então a resposta curta é: evoluiu, mas não tanto quanto o mercado gostaria”, finaliza. 

Principais tipos de cervejas artesanais

Em uma cervejaria, a extensa lista de opções pode parecer intimidadora para quem não está familiarizado com o universo cervejeiro. Por isso, Rodrigo finaliza mencionando cinco dos tipos mais comuns de cervejas e por que consumi-los:

  • Lager: fermentação baixa, leve, refrescante, pouco amarga. Ideal para dias quentes e para quem prefere cervejas suaves;
  • IPA (India Pale Ale): amarga e aromática, com muito lúpulo (cítrico, herbal, resinoso). Perfeita para quem curte sabores intensos;
  • APA (American Pale Ale): equilíbrio entre malte e lúpulo. Aroma cítrico, amargor moderado. Versátil e mais leve que a IPA;
  • Pale Ale (inglesa): tradicional, de sabor maltado com amargor discreto. Mais encorpada que lager, mas “sem exagero”;
  • Weiss (de trigo): cerveja turva e frutada, com notas de banana e cravo. Pouco amarga e muito refrescante.

Serviço

Tank Brewpub

Tank Brewpub/Fabio Comolatti

Rua Amaro Cavalheiro, 45, Pinheiros
(11) 93208-2352
@tank_brewpub