Luisa Abram mal completou 30 anos e já é reconhecida pelo seu talento como empreendedora e chocolatier, inclusive, com prêmios no exterior. Ela cria os produtos com cacau selvagem da Floresta Amazônica em uma fábrica na zona sul de São Paulo, onde tem, inclusive, uma ‘biblioteca’ com barras de chocolate de diversos tipos.

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Assista à visita à fábrica no vídeo abaixo:

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“As características dos frutos podem mudar de um ano para o outro, e isso se reflete nas safras do nosso chocolate. Por isso, organizamos, como em uma biblioteca, barras catalogadas para os clientes que precisem daquele produto exato e com certa rapidez”, explica Luisa, que vende para mais de cem pontos de venda no Brasil e em sete países, inclusive, Dubai.

O espaço já está apertado para a produção (e para Luisa, na reta final da gravidez da primeira filha). Por isso, a empresária já tem uma nova área, onde os equipamentos serão maiores e os clientes poderão ver de perto como se produz chocolate de forma artesanal.

Conhecendo o trabalho de Luisa e sua equipe, desde a torra do grão de cacau até a finalização manual das embalagens, fica claro o diferencial dela, que conquista consumidores brasileiros e estrangeiros, seja na Europa ou nos Estados Unidos, principalmente.

Os chocolates, que levam nomes de rios de origem das amêndoas de cacau (Tocantins e Purus, por exemplo) e das combinações inusitadas com frutas amazônicas (coco, cupuaçu e açaí), são deliciosos, sustentáveis e engajados. “Fazemos parcerias com as comunidades ribeirinhas, que são incentivadas a cuidar e preservar os pés nativos de cacau, bem como as árvores nos seus entornos”, explica, destacando as oportunidades de trabalho e novas fontes de renda geradas para homens e mulheres, melhorando a qualidade de vida dessas populações.

Esse cacau, que não é plantado ou cultivado de forma planejada pela atuação do homem, é fruto da ação da natureza. “Estamos sempre em busca de novos pontos de onde esse cacau possa ser extraído, fermentado, seco e transportado até nossa fábrica”, diz.

Até hoje, Luisa conta com o apoio da família, como a irmã Andréa, que trocou a carreira bem estabelecida como advogada para investir no talento da caçula, e o pai, que ajudou a construir equipamentos para a fábrica.

Como tudo começou
Pouco antes de se graduar em Gastronomia pela Universidade Anhembi Morumbi, na capital paulista, Luisa voltou para casa da primeira de muitas viagens à Floresta Amazônica com 20kg de cacau seco e fermentado. Assim, deu início aos testes da sua primeira barra de chocolate, a Rio Purus, dentro de um cômodo de quatro metros quadrados na casa em que morava com os pais.

(*) Da redação Menu