Vista do parque Ibirapuera: sem feira orgânica, por enquanto

Por Beatriz Marques

No começo de outubro, o site da Prefeitura de São Paulo publicou uma notícia que deixou muitos paulistanos empolgados: o parque Ibirapuera teria a primeira edição da feira de agricultura limpa e produtos orgânicos na manhã do dia 20 de outubro, no viveiro Manequinho Lopes.

Porém, quem foi até lá na data, nada encontrou. Apesar do anúncio da prefeitura, a realização da feira não havia sido aprovada por entidades, como Associação dos Moradores e Amigos do Jardim Lusitânia (Sojal), e representantes da sociedade civil, que precisam ser consultados para a realização de qualquer evento permanente no parque.

A votação, que ocorreu ontem (31/10), teve resultado de oito votos contra a feira, quatro a favor e uma abstenção. “Não temos nada contra os pequenos agricultores e os produtos orgânicos, muito pelo contrário, mas o viveiro não é um local apropriado para a feira, pois não comportaria o volume de pessoas esperado”, justifica Otávio Villares de Freitas, diretor da Sojal. “Até sugerimos que a feira fosse montada no Autorama (estacionamento próximo ao portão 3), o que seria bom para uma valorização da área”, comenta.

Tiago Janela, diretor do departamento de agricultura e abastecimento da prefeitura, não vê problemas na montagem da feira no viveiro. “As associações de moradores da região falam de um aumento no trânsito local, mas todo final de semana tem evento no parque e não prejudica o fluxo de carros”, diz.

Enquanto não é definido qual o espaço que a feira de produtos orgânicos poderá ocupar dentro dos 1,6 milhão de m² do Ibirapuera, a prefeitura anunciou a realização da feira no dia 10 de novembro, sábado, das 7h às 12h, no Modelódromo (conjunto esportivo atrás do Círculo Militar, entrada principal pela rua Curitiba), no bairro do Paraíso. Serão 40 bancas representando 200 pequenos produtores de frutas, legumes, verduras, mel, pães e artesanato. Atualmente, as feiras orgânicas já estão em 22 das 27 capitais do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). E nenhuma teve tanta dificuldade, como a do Ibirapuera, para encontrar um local para ser realizada.