Na entrada do consulado português, em São Paulo, painel de rolhas reproduz o estádio do Maracanã

por Suzana Barelli

Confesso que esta é a primeira Copa do Mundo em que tenho trocado a cerveja pelo vinho. Ainda não nos jogos do Brasil, que assisto com uma latinha na mão, prestando mais atenção no jogo do que na bebida propriamente dita. Mas, quando nossa seleção não está em campo, dá muito bem para prestar mais atenção ao que tem na taça e, claro, torcer por um bom futebol.

Nesta quinta-feira, por exemplo, assisti a partida de Portugal 2 x 1 Gana no Consulado de Portugal em São Paulo. Comecei com um branco, o Flor de Castro, e segui torcendo para que a estrela de Cristiano Ronaldo brilhasse sempre acompanhada de uma taça de tinto. Deu para curtir o jogo e deu para apreciar o vinho – mas, ao meu redor, muitos preferiam as cervejas portuguesas, também disponíveis, do que os brancos e tintos.

Nos jogos do Brasil e de Portugal, há uma “arena” organizada nos jardins da sede paulistana do consulado da terrinha. Lá, um enorme telão permite torcer com os amigos portugueses. Neste terceiro jogo, havia lugar sobrando na torcida e já nos primeiros 15 minutos de jogo poucos pareciam acreditar que Portugal conseguiria vencer por quatro gols de vantagem para garantir sua classificação. Mas vibravam com os chances de quase gol do melhor jogador do mundo. Nos dois primeiros jogos de Cristiano Ronaldo e na primeira partida do Brasil, a arena estava lotada, assim disse o garçom que não deixava a minha taça ficar vazia. É o que deve acontecer novamente neste sábado – aqui, a torcida será regada com alguns dos 50 melhores vinhos de Portugal, numa seleção feita pelo master of Wine Dirceu Vianna Júnior para a Wines of Portugal.

A minha melhor harmonização de futebol e vinho aconteceu na semana passada, no jogo Uruguai 2 x 1 Inglaterra. Uma taça, sempre cheia, de champanhe Taittinger me acompanhou em toda a torcida, enquanto eu ainda gritava “Vai Celeste” e comemorava os dois belos gols de Luis Suárez, uma partida antes da sua lamentável mordida no ombro do italiano.

O Tattinger é o champanhe oficial da Fifa e é servido nos camarotes durante todos os jogos. E foi a bebida perfeita para a torcida. Para quem não acredita muito nesta harmonização, a sommelière Eliane Araújo, que está trabalhando nos 46 camarotes da Fifa no Itaquerão, em São Paulo, conta que a torcida pede champanhe e vinho o tempo todo – e são 600 convidados por partida. Além das borbulhas francesas, os vinhos mais pedidos são os chilenos 1865 Syrah e 1865 Sauvignon Blanc, da Viña San Pedro, róulos importados pela Interfoood, a mesma que traz o Taittinger para o Brasil. Isso porque tem cerveja e destilados também disponíveis nestes camarotes.