da redação da Menu

As tensões no mercado mundial por causa do coronavírus e do preço do petróleo fizeram o dólar fechar cotado a R$ 4,726 nesta segunda-feira (9), o maior valor nominal (que não considera a inflação) desde o início do Plano Real.

E, caso a moeda norte-americana continuar subindo, será inevitável repassar o aumento de cervejas, destilados e vinhos (entre outros produtos importados) para os consumidores, de acordo com representantes de importadoras entrevistados pela Menu.

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“É difícil falar que não vai ter um aumento. Temos um bom estoque e uma reserva de segurança, então vamos aguardar a estabilização da moeda para decidir o que fazer. Nenhuma importadora se preparou para isso”, afirma Adilson Carvalhal Junior, diretor da Casa Flora.

Mauricio Leme, gerente de Marketing de Destilados e Licores da Aurora Fine Brands, também defende cautela nesse momento. “Não temos ainda nada definido sobre aumento de preços. O mercado ainda está muito instável para tomarmos qualquer posição”, explica.

Caso a situação persista, algumas medidas podem ser tomadas, como negociações com fornecedores e redução das margens de lucro, para segurar o preço das bebidas e evitar redução no consumo. “Certamente consultaremos nossos exportadores para tentar que o impacto seja o menor possível”, diz Leme.

Para eles, o pior cenário seria aumentar os preços dos produtos. “Teríamos queda de vendas e perda de faturamento”, avalia Carvalhal Júnior, da Casa Flora. Segundo Leme, da Aurora, ainda é “muito difícil dizer quando (haveria um reajuste) e de quanto seria este impacto”.

A dica é: se possível, adiante as compras, para evitar ser surpreendido pelos novos preços.