12/06/2020 - 14:51
da redação da Menu
Pizza é uma comida praticamente sagrada para os italianos – e essa devoção às redondas têm causado atritos entre diferentes associações que defendem a receita autêntica do País da Bota.
Nesta semana, a Associação de Pizzaiolos Napolitanos (APN) se posicionou contra o uso de fornos elétricos na preparação do prato, ao contrário do que defende a Associação Verace Pizza Napolitana (AVPN), que defende a prática.
+Homem recebe pizzas de graça há quase 10 anos na Bélgica
+Pizzarias de Nápoles voltam a funcionar, mas só por delivery
+Marmota comendo pizza é novo meme das redes sociais
“A arte da pizzaria napolitana também reside no uso do forno a lenha para cozinhar pizza. Nossa tradição não pode se dobrar às escolhas econômicas”, afirmou Sergio Miccù, presidente da Associação de Pizzaiolos Napolitanos, em entrevista à agência de notícias italiana ANSA.
Para Miccù, o uso do forno elétrico coloca em risco o reconhecimento da “Arte dos Pizzaiolos Napolitanos” como Patrimônio Imaterial da Humanidade da Unesco, assim como a marca “Stg”, que significa especialidade tradicional garantida. Ele acrescenta que apenas pizzas assadas em forno a lenha são reconhecidas pela organização.
Já o presidente da AVPN, Antonio Pace, discordou de seu conterrâneo e não vê risco algum em perder o reconhecimento da Unesco. “Durante a campanha de reconhecimento, foram feitas pizzas na sede da Unesco em Paris, em Nápoles e em muitas outras cidades do mundo, usando o forno elétrico”, recordou Pace.
De acordo com Pace, “dizer sim ao uso de fornos elétricos para assar pizza não significa distorcer nossa especificação de produto, mas simplesmente oferecer aos restaurantes mais uma possibilidade”.
O presidente da AVPN disse ainda que “existem características positivas do forno elétrico, indicadas por muitos como o futuro possível da pizza napolitana, que também deve levar em conta aspectos ambientais”.
A “Arte dos Pizzaiolos Napolitanos” foi reconhecida como Parimônio Imaterial da Humanidade pelo Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em 2017.
O título foi concedido pois, segundo a Unesco, a artes dos napolitanos “é uma prática culinária que consiste em quatro diferentes fases, desde a preparação da massa até o cozimento em forno”.