Por Suzana Barelli

As joaninhas do rótulo, na foto acima, já tinham atraído minha atenção no Grands Jours du Bourgogne, a super-degustação que participei na Borgonha em março. Agora, aqui em São Paulo, tive a explicação oficial das razões do desenho no rótulo por Jean-Marc Brocard, o dono dos vinhos. E não apenas das joaninhas, mas da meia-lua.

Em sua primeira visita ao Brasil para apresentar seus vinhos, importados pela Zahil, Jean-Marc se definiu como um servidor da natureza. Diz ele que o segredo de seus brancos, do seu frescor e complexidade está no respeito à terra e à planta. A filosofia biodinâmica chegou à vinícola na virada do século, por Julien Brocard, o filho de Jean-Marc. O pai, no início, era meio descrente de que a teoria de Rudolf Steiner poderia funcionar, mas deixou que o filho cultivasse 11 hectares de acordo com os princípios da biodinâmica.

Safra a safra, Jean-Marc foi se convencendo de que tratar a terra sem agrotóxicos, apostar nos compostos feitos com chifre de boi e respeitar a energia cósmica, refletida nas fases da lua, era a melhor maneira de cuidar de suas vinhas. Gostou tanto que atualmente trabalha para converter todos os seus 200 hectares vinhedos em Chablis.

Enquanto não pode dizer que só tem vinhos biodinâmicos em seu portfólio, Brocard rotula os seus brancos biodinâmicos já certificados com este rótulo específico, no qual as joaninas e a lua aparecem.