Há algum tempo venho sido orientada – por leigos, admito – , a “lavar com água quente” o filtro de papel antes de fazer o café coado.

Um vídeo que circula nas redes, inclusive, afirma que a prática, chamada por especialistas no assunto de “escaldar o filtro”, seria necessária para “limpar o papel de produtos químicos nocivos à saúde”, além de garantir os melhores sabor e aroma da bebida após o processo. Nessa gravação, a água sai amarelada. Repeti o processo em casa, mas não percebi qualquer alteração (usei a marca Brigitta).

Confesso que fiquei em dúvida se tais “venenos” usados no branqueamento da celulose seriam removidos com um pouco de água quente. Por isso, procurei a premiada barista Martha Grill para explicar. Segundo a profissional, a dica não é frescura, não. O assunto é mesmo um consenso entre os especialistas em café.

“A gente chama de escaldar o filtro para tirar o cheiro e sabor de papel e qualquer química que possa ter do branqueamento do papel. E já aproveita para esquentar o recipiente onde vai fazer a extração: a xícara, o decanter ou o bule. Assim, mantém a temperatura da bebida. Mas é importante sempre descartar a água do escalde”, orienta Martha.

No entanto, opina ela, apesar de ter passado por processos químicos, o filtro branco é mais indicado para a extração de café do que o filtro natural ou um filtro de pano, por exemplo. “O filtro natural tem cheiro e sabor mais fortes de papel. Já o filtro de pano tem um sabor mais presente de tecido ou o ranço dos cafés que já passaram por ali e que agora são um blend (mistura) de óleos oxidados”, finaliza.

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(*) Da redação Menu