De acordo com o levantamento inédito produzido pela Associação Pizzarias Unidas do Brasil (Apubra), que há 21 anos atua no fomento de informações de qualidade e atualizada sobre o mercado de pizzarias, o segmento no Brasil registrou crescimento de 11,55% no ano de 2023 em comparação ao ano anterior.

O estudo considerou uma amostragem de 34.097 pizzarias ativas em todo o país, que simboliza 75% do mercado. Pela primeira vez, desde o início da série histórica do levantamento, os microempreendedores individuais (MEIs) não performaram na pesquisa.

Segundo Leandro Goulart, presidente da Apubra, após a publicação do Ato Declaratório Executivo Cocad nº 2, divulgado em 13 de novembro de 2023, que estabelece a retirada do Nome de Fantasia, no âmbito do CNPJ, para o Microempreendedor Individual (MEI), houve uma alteração na apuração do estudo, que deixa de monitorar quase 40 mil empresas, o que equivale a 53% das pizzarias contabilizadas no levantamento referente a 2022.

“Com essa restrição e com a falta de um CNAE (Classificação Nacional das Atividades Econômicas) específico para pizzarias dentro das atividades previstas para o MEI, não é possível mapear essa modalidade de empresa, como foi feito nas edições anteriores”, explica.

Raio-x do segmento pelo Brasil

Com a abertura de 3500 novas pizzarias ao redor do país em 2023, a região Sudeste segue liderando como o principal pólo de concentração das pizzarias no Brasil, com 52% das operações em funcionamento. Em seguida, encontra-se a região Sul (20%), Nordeste (16%), Centro-Oeste (8%) e Norte (4%).

A região Sudeste permanece como uma das principais regiões que movimentam o setor de pizzarias, assim, se sobressai o estado São Paulo, que centraliza 34,04% das operações no país, além de possuir a capital da pizza, localizada na cidade de São Paulo, em que apresenta 13% de todas as pizzarias no território nacional. Seguido do estado paulista, encontra-se Minas Gerais, com 8,38% e o Rio de Janeiro, com 8,23%. Mesmo com esse cenário promissor da região, São Paulo apresenta o maior número de pizzarias encerradas ou irregulares diante a apuração da situação cadastral registrada na Receita Federal, com 2869 pizzarias fechadas. Já em todo o país, foram encerradas 10.157 operações.

As regiões Norte e Nordeste seguem em franca expansão no setor, configurando com oito estados que mais cresceram em quantidade de pizzarias abertas pelo país em comparação a 2022, entre eles, estão: Rondônia (19,41%), Maranhão (15,97%), Pernambuco (14,45%), Tocantins (14,56%), Pará (14,32%), Alagoas (13,31%), Amazonas (13,20%) e Rio Grande do Norte (12,94%).

De olho nas capitais

Como novidade nesta edição da pesquisa, a Apubra traz um levantamento especial sobre a atuação do setor de pizzarias nas capitais brasileiras, que apresenta 11.694 unidades em funcionamento.

No ranking das cinco capitais com o maior número de estabelecimentos ativos, além da cidade de São Paulo (SP), que lidera a lista, é possível visualizar o crescimento do munícipio do Rio de Janeiro (RJ), com 10,45%, seguido de Brasília (DF), com 6,64%, Curitiba (PR), com 5,81% e Fortaleza (CE), com 4,68%.

“Este ano, trouxemos detalhadamente também um raio-x das capitais. Desta forma, podemos traçar um panorama completo das regiões que ajudam a movimentar a economia de cada estado. Também, para complementar o nosso estudo, trouxemos um ranking por cidades com o maior número de pizzarias ativas em cada estado. Assim, possibilitamos uma análise integral de cada localidade”, comenta o presidente da associação.

Perfil das pizzarias

Diante da ausência das MEIs, as microempresas (ME), que operam com menos de 10 colaboradores e com um capital determinado em até R$ 360 mil, ganham destaque com a adesão de 87,5% dos empreendedores.

Logo após, as empresas de pequeno porte (EPP) representam 10,9% dos estabelecimentos abertos e as empresas de sociedade limitada (LTDA) simbolizam 1%. Outro índice identificado é a migração de MEIs para outros portes. Em relação ao último levantamento, realizado em 2022, 5.308 pizzarias atuantes como MEIs passaram a integrar o grupo ME ou EPP, entretanto, 3549 destes estabelecimentos estão com a situação cadastral inativa na Receita Federal.

“Apesar de não conseguirmos enxergar o recorte atual da expansão das MEIs, visualizamos a evolução dessa categoria de empresa com base nos dados do estudo anterior. Ver que a maioria das MEIs que migraram para outros portes estão em situação cadastral inativa na Receita Federal reforça o quanto é essencial fortalecer o pequeno empreendedor para que ele possa crescer com solidez e planos de negócios estruturados. Apenas dessa forma podemos fazer esse grupo evoluir cada vez e reduzir a mortalidade prematura desses negócios”, recomenda Goulart.

Metodologia

A terceira edição do estudo Mercado de Pizzarias no Brasil tem como intuito mapear aspectos do segmento como distribuição geográfica, concentração de estabelecimentos ativos, porte das empresas, aberturas e fechamentos, a partir do apoio de especialistas em dados. As informações foram extraídas de fontes oficiais do governo, que compreende empresas cadastradas na Receita Federal, em situação ativa, até dezembro de 2023.

Além disso, o estudo segue os critérios estabelecidos na pesquisa qualitativa, realizada diretamente pela Apubra, que como atingiu um número relevante de resultados adotou como critério de pesquisa analisar dados de mercado apenas das empresas autodenominadas como “pizzaria” na Razão Social/Nome Fantasia, com Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 56, dos seguintes portes: ME, EPP e LTDA.

Apesar de abranger uma amostragem significativa do mercado, é importante ressaltar que o número final apresentado corresponde, em média, por 75% do setor de pizzarias no Brasil.

“A conclusão desse estudo aponta um recorte crucial do mercado, principalmente para identificar os desafios e definir as prioridades para auxiliar no crescimento das empresas. Com a falta das MEIs neste levantamento, reiteramos o nosso papel como entidade representativa do setor para trazer visibilidade para os empresários desta área. Além disso, também esperamos que este material seja um guia para os profissionais, empresários, fornecedores e até futuros empreendedores do mercado de pizzarias”, finaliza o presidente.