20/03/2018 - 16:33
por Suzana Barelli
Dez anos atrás, a Enoteca Saint Vin Saint nasceu do sonho de Lis Cereja de ter um wine bar com vinhos naturebas. A importação não deu certo, mas o pequeno e aconchegante restaurante abriu já com vários vinhos brasileiros na carta. Surpreendeu. Dois ou três anos depois, Lis ousou um pouco mais e decidiu só servir vinhos naturais, orgânicos ou biodinâmicos (e também tirou os refrigerantes do cardápio que, definitivamente, não combinam com a filosofia da casa). Não demorou para a enoteca se tornar o ponto de encontro para quem quer provar estes vinhos de tanta personalidade.
Mas o grande trabalho de Lis e, aí já em parceria com o seu marido Ramatis Russo, foi criar (e acreditar) em uma feira de vinhos orgânicos e biodinâmicos no Brasil. O evento nasceu pequeno, realizado dentro do próprio restaurante, batizado de Naturebas. Desde o início, o Naturebas apostou nos produtores brasileiros: Marina Santos, da hoje badalada Vinha Unna, foi descoberta do evento, e Lizete Vicari e Eduardo Zenker ganharam visibilidade no Naturebas. Dos estrangeiros, Vasco Croft, do Afros, Federico Orsi, do Vigneto San Vito e Mateja Gravner, filha de Josko Gravner, são alguns dos produtores que já passaram pela feira. As importadoras que têm estes vinhos em seu catálogo aproveitam para mostrar as novas safras em cada edição.
Não demorou para o Naturebas crescer e precisar mudar para um espaço maior. Acompanhou (ou liderou) o movimento de consumidores a procura de uma bebida (e também uma comida e um estilo de vida) sem tantos produtos químicos, mais naturais. Hoje, Lis consegue ter um cardápio sazonal, em que só entra produto orgânico. Na Enoteca também é possível comprar os rótulos de vinhos “naturebas”, principalmente os brasileiros, tão difíceis de encontrar distribuição por aqui.
Desde o final do ano passado, ela começou uma série de cursos sobre vinhos naturais e laranjas (aqueles brancos fermentados com as cascas, muitos deles em ânforas). Novidades certamente virão por aí.