Neste sábado (26), o dono do Grupo Madero, Junior Durski, garantiu que sua empresa tem caixa “robusto” para pagar suas dívidas e segue com seus planos de expansão. Durksi fez a afirmação pelo Instagram.

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“Referente a matérias publicada na imprensa vermelha e tendenciosa ontem, tenho a dizer que o Grupo Madero tá muito bem, temos um caixa muito robusto, seguimos firmes com a nossa expansão, contratando pessoas, pagando imposto e ajudando o Brasil”, escreveu Durski.

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A postagem na rede social vem dois dias depois de a empresa informar, por meio de seu balanço de resultados do primeiro trimestre, que há “dúvidas substanciais sobre a capacidade de continuidade operacional da companhia dentro de um ano”.

Dívidas

Ao divulgar suas demonstrações financeiras do primeiro trimestre de 2021, a companhia informou que não tem dinheiro em caixa para pagar as dívidas de curto prazo na data de vencimento e pode precisar de financiamento.

Auditorias realizadas indicam “incerteza relevante” e “significativa” relacionada com a continuidade da operação, segundo reportagem do Valor Empresas.

“Foram dois materiais de resultados publicados pela empresa desde o início da pandemia e auditores da rede levantaram, em ambos, a existência de ‘incerteza relevante’ e ‘significativa’ relacionada com a continuidade da operação”, informa o jornal.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o Grupo Madero somava R$ 2,4 bilhões em dívidas com bancos, fornecedores, tributos, entre outros. Deste montante, mais de 30% dos compromissos (R$ 740,4 milhões) venciam em até um ano. Outros 19,2% tinham prazo de um a dois anos.

“A companhia pretende buscar prorrogar ou refinanciar a dívida e continuará discutindo com os bancos parceiros a possibilidade de obtenção de novas linhas de crédito quando necessário para dar suporte à operação”, explicou o grupo em seu balanço.

O Madero reiterou, porém, que não há garantias de que a empresa conseguirá adiar ou refinanciar esses débitos em tempo ou em condições favoráveis. A maior parte da dívida era constituída de empréstimos (R$ 1,2 bilhão).

No primeiro trimestre deste ano o grupo registrou um prejuízo de R$ 67,5 milhões, três vezes maior do que o registrado em igual período de 2020, quando teve prejuízo de R$ 18,7 milhões.

Polêmica

Apoiador assumido do presidente Jair Bolsonaro, Durski minimizou a gravidade da pandemia de coronavírus. Em março de 2020, ele publicou um vídeo no qual afirmou que a economia não deveria parar por causa da “morte de 5 mil ou 7 mil pessoas”.

“O país não pode parar dessa maneira. O Brasil não aguenta. Tem que ter trabalho, as pessoas têm que produzir, têm que trabalhar. O Brasil não tem essa condição de ficar parado assim. As consequências que teremos economicamente no futuro vão ser muito maiores do que as pessoas que vão morrer agora com o coronavírus”, disse o empresário.

(*) Da redação da Menu