O Grupo Madero anunciou na noite desta quinta-feira que registrou prejuízo líquido de R$ 115,2 milhões até setembro de 2021. Por causa do resultado negativo, a empresa responsável pelas redes Madero e Jeronimo decidiu adiar a abertura de capital na B3, a bolsa de valores brasileira.

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No início de agosto, o grupo registrou um pedido de oferta de ações junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), na tentativa de buscar recursos para pagar dívidas e expandir os negócios.

“O Grupo Madero em seu plano estratégico, possui a meta de realizar um IPO (oferta inicial de ações) assim que o mercado de capitais apresentar condições para a realização de uma operação nos parâmetros que a companhia entender adequados”, afirmou a companhia no balanço de resultados divulgado ontem.

O grupo de restaurantes também informou que as dívidas estão sendo negociadas por meio de parcerias com grandes instituições financeiras. “As ações já tomadas e aquelas que estão em fase final de desfecho darão à companhia as condições para honrar todos os compromissos nos próximos 12 meses.”

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a dívida líquida do Madero chegou a R$ 981,1 milhões em setembro de 2021, aumento de 80,5% na comparação anual. A dívida cresceu por causa da pandemia de coronavírus e pela estratégia de expansão do negócio.

“As restrições impostas ao setor de restaurantes estão mudando rapidamente e, mesmo que atualmente a maioria dos Estados de atuação da companhia esteja em processo de liberação das restrições de forma gradual ou até total, como é o caso do Estado de São Paulo, principal mercado do Grupo Madero, não podemos garantir que novos impactos não voltem a surgir”, acrescentou a empresa.

Polêmica

Apoiador assumido do presidente Jair Bolsonaro, Durski minimizou a gravidade da pandemia de coronavírus. Em março de 2020, ele publicou um vídeo no qual afirmou que a economia não deveria parar por causa da “morte de 5 mil ou 7 mil pessoas”. Até o momento, o Brasil registra cerca de 612 mil mortes relacionadas à covid-19.

“O país não pode parar dessa maneira. O Brasil não aguenta. Tem que ter trabalho, as pessoas têm que produzir, têm que trabalhar. O Brasil não tem essa condição de ficar parado assim. As consequências que teremos economicamente no futuro vão ser muito maiores do que as pessoas que vão morrer agora com o coronavírus”, disse o empresário.

(*) Da redação da Menu