Por Pedro Marques

Faz uns anos que o grill elétrico – com a ajuda de um inusitado garoto-propaganda, o ex-boxeador George Foreman – se popularizou. Por grelhar alimentos em uma chapa antiaderente que leva zero ou pouquíssimo óleo, o produto acabou chamando a atenção de um público interessado em comidas mais leves. Apesar de a ideia ser boa, fico com a impressão de que esses equipamentos são como esteiras de exercício: você compra e depois de uns meses, quando a novidade passou, volta a usar a velha frigideira aderente.

Provavelmente, estou enganado, até porque essas grelhas elétricas vendem como água e novos modelos continuam sendo fabricados. É o caso, por exemplo, da Cook & Grill  40 Premium, da Mondial. Basicamente, ela é uma versão king size do grill elétrico tradicional. Com uma suposta vantagem: além de grelhar, também é possível fazer outros pratos nela, como risotos e massas.

O manual é bem didático: explica os primeiros passos (como lavar, untar a chapa antes da primeira utilização), tem os contatos da assistência técnica e um guia com 35 receitas para você curtir o brinquedo novo. Mas é só. Para grelhar um steak, um filé de frango e até legumes, não há nenhuma indicação. Teoricamente, nem precisaria, afinal é só plugar a grelha na tomada, e girar o botão seletor de temperatura. Acontece que o botão não indica quais são essas temperaturas, elas só vão de “mínima” a “máxima”. Ok, um fogão normal também não te conta isso – só que você consegue ver se a chama está alta ou baixa. A solução foi tosca: usar o aparelho sempre no máximo. Pelo menos dá para ter certeza que o alimento está sendo cozido.

Para compensar, o aparelho é antiaderente de verdade. Para grelhar dois bifes de chorizo, por exemplo, não precisei usar uma gota de óleo. Deixei a chapa esquentando por 5 minutos, temperei os pedaços de carne só com pimenta-do-reino nesse meio tempo e coloquei no grill. E, assim como era de se esperar, a grelha fez o serviço direitinho. Os bifes ficaram macios e suculentos e receberam uma pitada de sal rosa do Himalaia depois de prontos.

Outra coisa interessante é que a panela é grande. Coloquei dois bifes de chorizo grandes, mas caberiam mais dois tranquilamente e um terceiro dando um “jeitinho”. Também testei com salsichões, e couberam pelo menos 8, com folga. Como a temperatura é uniforme, os alimentos são grelhados praticamente ao mesmo tempo (sempre tem as diferenças de tamanho que fazem o tempo de cozimento variar). Para fazer sanduíches, o grill pode ser usado para aquecer pães.

Uma receita que testei, mas não ficou assim uma maravilha foi a de risoto. Embora haja espaço na panela para acomodar todos os ingredientes, não foi muito confortável mexer os grãos de arroz durante o cozimento – importante para “quebrar” o amido e ter um arroz bem cremoso. Não cheguei a testar, mas imagino que no caso de pratos que não precisam ser mexidos o tempo inteiro – um estrogonofe ou um curry, por exemplo – o resultado deva ser melhor.

Levando tudo em consideração, dá para dizer que o grill é eficiente e cumpre quase tudo o que promete. Faltou apenas um indicador para saber as diferentes temperaturas da chapa e controlar melhor o aparelho.

PONTO FORTE: a panela é grande e permite cozinhar para umas cinco pessoas. O cabo de força pode ser destacado, assim você pode levar a panela diretamente à mesa. A chapa é antiaderente de verdade e é fácil de limpar.

PONTO FRACO: a ausência do indicador de temperatura, para que se tenha um controle maior do cozimento. E tudo o que você faz no grill dá para fazer em uma frigideira comum – algumas vezes, até mais rápido.

PREÇO SUGERIDO: Pelo tamanho e pela chapa antiaderente, o grill tem um preço bem razoável. Sai por R$ 179.

Informações: www.mondialline.com.br