A concessionária responsável pela administração do Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, impôs novas medidas para tentar evitar o chamado “golpe da fruta”, em que alguns vendedores tentam coagir clientes a comprar frutas, pagando um valor muito acima da média por elas.

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A primeira delas é exigir o uso de facas de plástico. De acordo com a administração Mercadão, os vendedores não podem mais usar facas de metal para cortar frutas e oferecer aos clientes, pois o instrumento poderia ser usado como mais uma forma de coação. Além disso, a administradora do local também recomenda que os comerciantes não se aproximem muito dos clientes – um metro de distância é o exigido – e que apenas um vendedor fale com o cliente, não vários de uma vez, para evitar possível constrangimento.

A notícia incomodou os comerciantes que, de acordo com informações do portal G1, dizem que estão “sendo tratados como criminosos”, pois alegam que apenas uma minoria dos vendedores pratica o “golpe da fruta”.

No ano passado, quando começaram as denúncias de clientes sobre o golpe, a administração do Mercadão chegou a interditar três boxes. Os três pontos de venda foram acusados de coagir os clientes a comprar os produtos por preços astronômicos – bandejas com diferentes frutas eram vendidas por até R$ 800.

A interdição foi divulgada pela administração do Mercadão, que recebeu dezenas de reclamações pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e pelo Procon-SP.

Entenda o golpe

O golpe começa com os vendedores das bancas de frutas oferecendo, gratuitamente, seus produtos para os visitantes degustarem.

Em seguida, eles pressionam e constrangem os clientes a comprar uma seleção de frutas por valores que podem chegar a R$ 800. Há casos de abacaxis vendidos por quase R$ 70, por exemplo.

O golpe não é exatamente uma novidade – pelo contrário – e é aplicado desde meados da década de 2000, de acordo com relatos. Mas o número de denúncias nas redes sociais, sites de viagem e outros canais de comunicação cresceu consideravelmente nas últimas semanas.

Isso porque, segundo os consumidores, esses funcionários do Mercadão se tornaram mais agressivos em suas abordagens, chegando a ofender e ameaçar aqueles que se recusassem a comprar as caras bandejas de frutas.