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Prato tradicional no Reino Unido, o fish and chips (peixe com batata frita) pode estar com os dias contatos por causa das mudanças climáticas.

Segundo o jornal The Independent, uma nova pesquisa aponta espécies marinhas maiores – incluindo bacalhau e arinca – enfrentam tanto a destruição quanto o encolhimento, já que o aumento das temperaturas causa uma redução de oxigênio nos oceanos.

Os resultados, baseados em uma análise de crustáceos na Antártida, sustentam a teoria de que criaturas marinhas maiores são mais vulneráveis ​​à mudança climática. Pesquisas anteriores sugeriram que algumas espécies poderiam encolher até 1/4 até 2050.

O estudo, publicado na revista Philosophical Transactions, da Royal Society B, analisou quatro tipos de crustáceos, conhecidos como anfípodes, abundantes na costa da península antártica ocidental.

Descobriu-se que espécies maiores sofreram desvantagens respiratórias quando os níveis de oxigênio foram reduzidos, em comparação com animais menores. O estudo também encontrou evidências de inovação evolutiva, como o desenvolvimento de pigmentos que aumentam a capacidade de transporte de oxigênio do sangue.

“Nos últimos 50 anos, o oxigênio em nossos oceanos diminuiu em cerca de 2 a 5% e isso já está tendo um efeito sobre a capacidade de funcionar das espécies”, afirma o professor John Spicer, co-autor do estudo e zoólogo marinho na Universidade de Plymouth. Ele passou mais de 30 anos examinando o efeito das mudanças climáticas nos oceanos

Segundo ele, a menos que as espécies se adaptem, muitos invertebrados marinhos maiores ou encolherão em tamanho ou enfrentarão a extinção, o que teria um impacto profundamente negativo nos ecossistemas dos quais eles fazem parte.

“Mas seria tolice depositar nossas esperanças em tal resgate evolucionário. Muitas espécies grandes serão quase certamente as primeiras vítimas do nosso oceano aquecido e pobre em oxigênio”, considera o pesquisador.

Estudos anteriores descobriram que a mudança climática poderia levar a substituição de populações de bacalhau por outras espécies, como lula, sardinha, cavala e salmonete.

O aumento da temperatura dos oceanos já reduziu os estoques mundiais de peixe nas principais regiões pesqueiras, como o Mar do Norte.