Mesmo em meio à crise que impacta o preço do café, um balanço realizado pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café) mostra que o Brasil exportou cerca de 49 mil sacas do grão em 2024 — um feito histórico para a indústria. A bebida é tão amada que, nacionalmente, ganhou até o seu próprio dia: 24 de maio.

Uma das bebidas favoritas do brasileiro, o café pode ser encontrado em cerca de 120 tipos diferentes de grãos ao redor do mundo. Apesar de safras com aromas e sabores com notas cítricas, frutadas e até de chocolate estarem entre as mais pedidas, a escolha depende amplamente da intenção e gosto do consumidor. É importante notar que diferenças entre tipos de café se moldam a partir da genética da planta, suas condições de cultivo — como clima, solo e altitude — e pelo processo de torrefação.

Para celebrar o Dia Nacional do Café, a Revista Menu separou mitos e verdades sobre o amado grão. Os argumentos são detalhados por Vanessa Vilela, bioquímica e CEO da Kapeh Cosméticos e Cafés Especiais.

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Quatro mitos e verdades sobre café

Xícara de café sendo preparada – Foto: Pexels

Mito: grãos com avaliação de 70% são considerados especiais

Na verdade, as amostras consideradas especiais são as que atingem mais de 80 pontos em avaliações gerais de qualidade.

“Grãos com pontuação entre 75 e 80 pontos são considerados gourmet. Já os que marcam entre 70 e 75 pontos são classificados como premium. Produtos com notas de 65 a 70 pontos pertencem à categoria tradicional, que é a mais comum nos supermercados, por serem mais acessíveis”, explica Vanessa.

Verdade: o Brasil é referência em cafés especiais

Além de ser referência no consumo e exportação, o Brasil é um dos maiores produtores de grãos com toques naturais e complexos.

A importância do país pode ser notada em diversas premiações internacionais. Em 2024, o Cup of Excellence, principal certificação para cafés refinados, reconheceu 27 produtores brasileiros por colher os melhores produtos da safra – 13 dos nomeados alcançaram mais de 90 pontos no ranking.

Verdade: o método de preparo influencia na experiência sensorial da bebida

Assim como a maioria das pequenas escolhas durante a produção e processamento, a utilização de métodos variados — como prensa francesa, coador, espresso, Hario V60, Aeropress etc. — também influenciam no gosto e textura finais.

Apesar de cada xícara sofrer alterações dependendo da técnica utilizada, a especialista reforça que suas notas aromáticas não se alteram, já que são adquiridas no momento da plantação.

Mito: cafés com sabores diferentes possuem conservantes

A diferença nos sabores e notas de cada produção são resultados de processos naturais, métodos de colheita e armazenamento. Além disso, cada safra atinge características diferentes dependendo do local e da planta cultivada.

“Não há a necessidade de aditivos químicos para obter essas notas distintas”, finaliza a especialista.