por Pedro Marques

Quem visita o Biri Nait, novo bar paulistano em Pinheiros, sem dúvida notará a forte presença feminina. A começar pelo número de barwomen, maioria no bar: são três no comando das coqueteleiras. E uma delas, Talita Simões, está entre as profissionais mais completas do mercado nacional – no seu currículo ostenta o título de melhor bartender brasileira em 2011 pelo World Class, um dos concursos mais importantes da área. Apesar de não ser novidade, foi só recentemente que as mulheres passaram a ser reconhecidas como profissionais criativas e capazes de pilotar um bar.

“Teve um progresso bem grande no bar, que era um ambiente um pouco machista”, afirma Talita, responsável pela criação da extensa carta do Biri Nait, com cerca de 70 drinques de preços que variam entre R$ 19,90 e R$ 29,90. “Quando ganhei o World Class, senti uma rixa, tinha gente que disse que só venci porque a organização queria uma mulher no pódio”, recorda. Para ela, porém, as mulheres estão mostrando que conseguem dar conta do recado. “Tem os prós e os contras: o homem sai na frente por causa da força, mas a mulher é multitarefa e se sai bem com criação e organização”, destaca ela.

A barwoman Dudah Bonatto, hoje embaixadora do gim Tanqueray, também conta que, como muitas outras mulheres, precisou batalhar para ser reconhecida. “Ainda tem muito dono de bar que não contrata uma garota por achar que ela não tem conteúdo ou dá o emprego só porque a menina tem um rostinho bonito”, diz. “Tem cliente que acha que, porque a mulher trabalha à noite, ela é mais fácil, e segura na mão na hora que você entrega um drinque”, conta. Por outro lado, ela vê uma evolução entre os colegas de trabalho: “Vejo que os bartenders como um todo estão aprendendo a respeitar as mulheres.” Talita Simões concorda: “Melhorou muito no sentido de aceitarem que é todo mundo igual.”

As barwomen do Biri Nait: Fatinha Afonso (esq.), Talita Simões (centro) e Chris Machado

Um dos motivos para isso, acreditam as duas barwomen, é que as mulheres estão se dedicando para provar sua competência. “Tentamos mostrar o resultado de outra forma, estudando mais”, diz Dudah. “Uma boa profissional faz um cardápio variado e isso é valorizado”, continua Talita, que acredita que o reconhecimento de uma bartender pode ser medido pelo sucesso das cartas de drinques que ela cria, capaz de agradar aos mais diversos públicos. “O paladar mudou bastante, hoje sirvo muito mais bebida forte para mulher do que para homem”, afirma.

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Para mostrar um pouco desses coquetéis, convidamos Talita e mais duas barwomen do Biri Nait – Chris Machado e Fatinha Afonso – para preparar bebidas que, na opinião delas, agradam às mulheres modernas. Há drinques mais ácidos e refrescantes, amargos e até mais doces, como o “miga sua loka”, que brinca com uma frase bastante usada na internet.

Confira as receitas dos drinks:

Russian Spring Punch | Zíper | Harry | Miga sua Loka

Biri Nait
rua Cunha Gago, 864 – Pinheiros
(11) 3032-9028 – São Paulo – SP