por Suzana Barelli

Os espumantes foram o foco do estande brasileiro na ProWein, a mais importante feira de negócios do vinho do mundo, que terminou ontem (19) na Alemanha. Diego Bertolini, gerente de promoção do mercado interno e externo do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), acompanhou a delegação brasileira, que contou com a participação de nove empresas, e faz uma avaliação do evento. Ele respondeu as perguntas por e-mail, enquanto viajava da Alemanha para a Chengdu, na China, para participar da China Food and Drinks Fair. Confira a seguir a entrevista com Bertolini.

Como foi a aceitação do público da Prowein à estratégia do Ibravin de focar primeiro nos espumantes?
Os feedbacks foram todos positivos. Nossos produtos chamaram bastante atenção pela singularidade e qualidade. O trade e a mídia especializada receberam muito bem a abordagem da nova campanha e posicionamento, mostrando que estamos no caminho certo. Recebemos jornalistas da Decanter [importante publicação inglesa] e também as Master of Wine Elizabeth Gabay e Sarah Abbott, o que demonstra o interesse da imprensa e de especialistas pelos nossos produtos. Nosso estande mais clean e iluminado também despertou a atenção dos visitantes. Além do espaço coletivo, pelo segundo ano consecutivo, fomos convidados pela organização da ProWein para ministrar uma masterclass na feira. No fórum, além de concretizar o posicionando do Wines of Brasil, fizemos uma apresentação, de forma objetiva e de fácil compreensão, para uma sala lotada. Acredito que conseguimos conquistar novos apreciadores para a categoria.

Como você vê o interesse internacional pelos espumantes e vinhos brasileiros?
Os rótulos brasileiros estão sendo reconhecidos cada vez mais no mercado internacional. Prova disso são as condecorações que os vinhos e espumantes conquistaram ao longo dos últimos dez anos no exterior. Só na última década foram mais de 2,5 mil medalhas internacionais, sendo que destas mais de 1,5 mil foram para os espumantes brasileiros. Críticos importantes, como Steven Spurrier, responsável pelo lendário Julgamento de Paris, Jancis Robinson e Oz Clarke são fãs declarados dos nossos rótulos.

Qual o balanço da Prowein?
Muito positivo. Nosso objetivo era projetar e consolidar a imagem do Brasil como produtor de vinhos e acredito que conseguimos despertar essa atenção. A estratégia da nova campanha e posicionamento chamou muito atenção do trade e da mídia especializada.

Quais vinícolas participaram?
Foram nove vinícolas com balcões individuais: Aurora, Bueno Wines, Casa Perini, Casa Valduga, Lidio Carraro, Miolo, Peterlongo, Pizzato e Salton. E mais duas no Sparkling Lounge, a Zanlorenzi e Garibaldi, todas dentro do estante coletivo do projeto.

Qual a porcentagem que o Brasil exporta de vinhos e de espumantes? E quanto deve aumentar com a feira?
Em 2018, as exportações de vinhos e espumantes representaram cerca de 2%. Apesar do volume ser considerado baixo, vemos o mercado externo como uma oportunidade de fortalecer a imagem dos nossos produtos também no mercado interno, tendo no espumante um dos carros-chefes para esta consolidação de um novo momento para o vinho brasileiro. As premiações que nossos produtos conquistam a cada concurso reforçam essa nova vitivinicultura brasileira. O Ibravin e a Apex estão trabalhando para que mais empresas passem a exportar e para as que já exportem aumentem sua capacidade de vender para o mercado externo e vejam isso como uma estratégia contínua. Fechamos 2018 com 31,13% de aumento nas exportações de vinhos e espumantes frente ao ano anterior, sendo que os espumantes cresceram em 35,45% em volume. Neste ano, esperamos repetir esse resultado e superar o marco de 30% nesta categoria internacionalmente.