Por Suzana Barelli

Durante toda esta semana, 66 sommeliers de 63 países diferentes disputam o título de Melhor Sommelier do Mundo. Nesta edição, o concurso acontece na Antuérpia, Bélgica, e marca as comemorações dos 50 anos da Association de la Sommellerie International (ASI), órgão fundado em Reims, em junho de 1969, para promover o trabalho destes profissionais.

O sommelier Diego Arrebola é o representante do Brasil na competição, que acontece a cada três anos. As provas começaram nesta segunda-feira e vão até sexta, dia 15 de março, quando os três melhores classificados disputam pelo título. Durante toda a semana, os sommeliers participam de provas teóricas, de degustação e de harmonização. Hoje, terça-feira, a avaliação é de degustação.

É a terceira vez que Arrebola participa deste concurso. Ele conquistou o direito de representar o Brasil ao vencer o campeonato brasileiro de sommelier, prova também realizada a cada três anos. A estreia de Arrebola, atualmente com 37 anos, foi no Japão, em 2013; e depois ele competiu na Argentina, em 2016. No domingo, conversei com ele sobre o concurso. Confira:

Como você se preparou para a competição?

Com o que a gente tem de estrutura e recursos aí no Brasil, a minha preparação foi a mesma das edições anteriores. Estudei em todo o tempo livre e fui aproveitando as oportunidades de viagens e de degustação para transformar isso em ocasião de aprendizado. E também fiz o treinamento de serviços no dia a dia de trabalho. Na última semana, antes do concurso, graças ao patrocínio de pessoas físicas, que preferem o anonimato, conseguir ir para Londres e fazer alguns treinamentos em degustação às cegas, com alguns Master of Wine, e participar de alguns eventos de degustação.

Qual a sua expectativa?

Minha expectativa é fazer o meu melhor. Espero que o meu melhor me permita dar um passo além. Tenho a minha preparação, sei das minhas competências, mas eu vou encontrar também vários colegas bem preparados. Sei que tem profissionais que estão dedicando a sua vida nos últimos tempos para o concurso. Espero que a competição me leve até onde eu puder me levar, desde que eu tenha a sensação de dever cumprido. Neste ano, muitos candidatos fortes e experientes, que já participaram de edições anteriores, que desta vez não vieram. Mas ao mesmo tempo que tem sommeliers experientes, tem muitas caras novas, países novos na disputa.

Qual a diferença com as competições anteriores?

A diferença maior é a experiência. Como não é a minha primeira edição, acho que estou mais preparado para este tipo de prova. Isso me traz mais tranquilidade, não no sentido de relaxar, mas no sentido de chegar com uma dose saudável de nervosismo, de saber que é difícil, mas não é um bicho de sete cabeças.