Eduardo Chadwick, que aposta na segunda prova às cegas de seus vinhos

Por Suzana Barelli

No início de novembro do ano passado, Otávio Piva de Albuquerque, o dono da importadora Expand, participou de uma degustação histórica com as 16 safras até hoje engarrafadas do Seña, o tinto premium do chileno Eduardo Chadwick. E saiu do evento encantado com o tinto elaborado em 2009 (para ele, o melhor do painel) e com a promessa do produtor de repetir no Brasil, já em 2013, uma nova etapa da degustação que ficou conhecida como Cata de Berlim.

O Seña, que tem lugar cativo entre os grandes tintos chilenos

Não é a primeira vez que Piva convence Chadwick a realizar grandes degustações no Brasil. Em 2005, o chileno promoveu em São Paulo a segunda edição da cata de Berlim. O evento ganhou este nome porque um ano antes Chadwick realizou na capital da Alemanha prova inspirada no Julgamento de Paris, hoje um marco na história do vinhomoderno. Realizada na capital francesa em 1976 e comandada por Steve Spurrier, então dono de uma loja de vinhos na cidade, a prova às cegas colocou frente a frente os grandes rótulos franceses e os então quase desconhecidos californianos. Se, para surpresa de muitos, no Julgamento de Paris, os rótulos californianos se destacaram frente aos grandes bordeaux, em Berlim foi a vez dos chilenos se darem bem frente aos bordaleses. E, na prova paulista resultado semelhante aconteceu. O tinto Chadwick 2000 e o Seña2001 só ficaram atrás do Château Margaux 2001.

Depois desta edição paulistana, Chadwick se animou e realizou outras degustações semelhantes ao redor do mundo. Eu estava presente em 2005 e lembro que o meu preferido foi o Guado ao Tasso 2000, que jurava ser o Sassicaia – a prova às cegas sempre te faz ser um degustador humilde.

Resultados revelados, a surpresa com a boa pontuação dos chilenos. Agora é esperar para ver como estes tintos, provavelmente de safras mais recentes, vão se comportar na taça em 2013. A degustação está marcada para o dia 4 de julho em São Paulo.