por Suzana Barelli*

A influência do Oceano Pacífico, em seus mais de 4 mil quilômetros de fronteira com o Chile, é marcante nos vinhedos cultivados próximos à costa, antes da cadeia de montanhas, que caracteriza os vales centrais do país andino. A brisa gelada, reflexo da corrente de Humboldt, a nevoa matinal e a enorme amplitude térmica têm reflexos importantes em seus brancos e tintos, pouco importando se as uvas foram cultivadas mais ao norte, próximos ao deserto do Atacama, ou ao sul, no pioneiro vale de Itata.

Entender esta marca do Pacífico nos vinhos foi a proposta desta degustação mensal. Foram escolhidos 15 brancos elaborados com a sauvignon blanc, variedade que vem sendo plantada de norte a sul do país, sempre próximo à costa. Na taça, era possível notar toques salinos e notas de frutas cítricas não tão maduras, reflexo do clima mais frio. É claro que não é apenas o mar que molda os vinhos – o solo, granítico ou calcário, por exemplo, é outro fator importante nas características da bebida. Mas é interessante notar a força do oceano no painel.

Esta degustação traz, ainda, uma mudança na maneira de avaliar os vinhos. A partir de agora, a mesma garrafa será provada em dois grupos, um formado apenas com mulheres e outro, com homens. A ideia é, ao longo das provas, conseguir descobrir se homens e mulheres degustam e pontuam de maneira semelhante ou diferente.

Participaram desta degustação os seguintes especialistas, em ordem alfabética: Aguinaldo Zackia Albert, do Degustadores sem Fronteiras; André “Deco” Rossi, do blog Enodeco; Bianca Veratti, da Zahil; Eliane Araújo, sócia da Wine Soul Store; Felipe Campos, do site Sentidos do Vinho; as sommeliers Gabriela Monteleone e Giuliana Ferreira; Manuel Luz, da Cantu; Maurício Tagliari, co-autor do Dicionário do Vinho, e a jornalista Suzana Barelli.

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*Reportagem publicada na edição 200 da Menu