por Suzana Barelli

Há duas tendências na análise que o consultor Adão Morellatto, dono da International Consulting, faz do mercado brasileiro de vinhos no primeiro semestre de 2018, publicada nesta semana. A primeira refere-se aos vinhos portugueses. É o segundo ano consecutivo que o país termina o primeiro semestre em segundo lugar do ranking dos vinhos estrangeiros mais importados pelo Brasil. No ano passado, conquistou a posição nos primeiros seis meses do ano, mas foi ultrapassado pela Argentina no segundo semestre.

É normal as importações crescerem no segundo semestre, já que as vendas para o consumidor final se concentram neste período. Mas deve-se notar que Portugal é o país que mais investe constantemente no mercado brasileiro nos últimos anos. De feiras com produtores de cada região até concursos de vinhos, o país, por meio da ViniPortugal, realiza diversas ações no Brasil. A Argentina, por questões de economia interna, não tem conseguido ser tão atuante na promoção de seus vinhos por aqui, como foi no passado. Mais: sabe-se que o brasileiro responde muito bem à promoção. Quanto mais o consumidor prova um vinho, mais ele está propenso a comprar uma garrafa.

O segundo ponto refere-se ao Chile. O país andino lidera, com folga, neste ranking há pelo menos seis anos. Mas Morellatto aponta que o país pode ter chegado a um período de estabilização ou mesmo atingido o seu ápice. No
primeiro semestre de 2017, os rótulos deste país importados para cá representavam 44% do mercado. Em igual período deste ano, estão com 39% de participação.

O país segue firme na dianteira, não há dúvidas. Mas o seu ritmo de crescimento diminuiu sensivelmente. Em valor, aumentou 4% neste semestre, com queda de 0,5% no volume total importado. Portugal teve um crescimento em valor de 46% neste primeiro semestre em comparação com igual período do ano passado. E hoje tem o equivalente a 16% do mercado de vinhos importados.