Quando você sai para comer comida vegana ou vegetariana, sempre há o risco de voltar para casa com fome por que, infelizmente, ainda são poucos os lugares que atendem a esses públicos. Talvez a única entrada vegana no restaurante não tenha sido satisfatória o suficiente, e aquela barra de granola de emergência que você deixou na bolsa não o satisfez. Esse cenário muito comum é aquele que muitas pessoas que adotaram alimentação à base de vegetais encontra: ou se contentam com as opções limitadas disponíveis e levam seus próprios lanches como reserva, ou esperam até chegar em casa para comer como quiserem.

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Em uma sociedade que atende amplamente ao consumo de carne, eliminá-la da dieta de maneira radical significa que ter menos escolha em bares, lanchonetes e restaurantes. Para alguns, esse motivo é suficiente para dizer não ao vegetarianismo estrito ou veganismo.

E é por isso, segundo reportagem do Popsugar, que a chef e consultora de nutrição Julia Chebotar acredita que o estilo de vida “onívoro social” está se tornando cada vez mais comum.

Dentro desse novo conceito, em vez de escolher entre comer carne ou desistir totalmente dela, os onívoros sociais optam por um meio-termo – eles são onívoros socialmente, mas optam por refeições à base de plantas dentro de casa.

Menos rótulos, mais experiências

“Nesse caso, há menos rótulos e mais experiências gastronômicas”, explica Chebotar. Recentemente cunhado como onivorismo social pela revista Bon Appétit, o conceito foi originalmente chamado de “A exceção de Paris”, em 2006, pelo filósofo e ativista dos direitos dos animais Peter Singer, que escreveu sobre isso em seu livro “The Way We Eat”. A ideia é que a pessoa que segue o onivorismo social coma, principalmente, vegetais, exceto em ocasiões como férias em Paris (ou em qualquer lugar) ou quando sair para comer.

Juntamente com o apelo de poder desfrutar ao máximo de funções sociais (ou viagens a Paris), o estilo de vida onívoro social também tem a praticidade a seu favor.

“Comer carne pode ser caro, e é mais fácil cortá-la em casa do que abster-se dela totalmente ao sair para eventos sociais”, aponta Chebotar, dona do café vegano The Organic Grill. “As pessoas também podem achar mais fácil ajustar seus hábitos domésticos do que fazer mudanças radicais em seus estilos de vida”.

Ao mesmo tempo, muitas pesquisas mostram que reduzir o consumo de carne vermelha, mesmo que não completamente, diminui significativamente a pegada de carbono, de modo que os onívoros sociais ainda têm um impacto mais positivo no meio ambiente em comparação com os amantes de carne.

Assim, a única “regra” para ser um onívoro social é abster-se de cozinhar ou comer carne em casa e, se isso for algo a que você não esteja acostumado, pode ser difícil mudar da noite para o dia.

Chebotar sugere começar por parar de comprar carne para fazer em casa, substituindo-a por alternativas à base de plantas até se sentir confortável em eliminá-la completamente da dieta, exceto em ocasiões especiais, em viagens e se divertindo em restaurantes com os amigos.