26/09/2014 - 13:36
Por Suzana Barelli
Os Estados Unidos são o quarto maior produtor mundial de vinhos, segundo os dados da OIV, a Organização Internacional da Vinha e do Vinho. Apesar deste enorme volume de brancos e tintos, os EUA não são um grande exportador – a maioria dos vinhos é consumido no mercado interno. Recentemente, no entanto, diversas vinícolas e importadoras, que representam estes rótulos por aqui, começaram a investir mais fortemente para mudar esta realidade. O exemplo mais recente é o da importadora SmartBuy Wines, que promoveu a Semana do Vinho Americano, em São Paulo e no Rio, entre os dias 22 e 26 de setembro.
Foi uma semana educativa. A principal atração do evento foi o master sommelier Geoff Kruth, um expert sobre as regiões vinícolas de seu país. Ele falou muito da cabernet sauvignon, o carro chefe dos vinhos norte-americanos. A variedade corresponde a 12% do total de vinhedos plantados na terra do Tio Sam, mas responde por, impressionantes, 55% do faturamento.
Kruth defendeu a chardonnay – um dos destaques da degustação foi o Château Montelena, o branco que venceu o famoso Julgamento de Paris, prova na qual os vinhos norte-americanos foram melhor pontuados que que os franceses. Na semana foram provadas safras mais recentes, como a de 2010 e 2011, de um branco típico, bem equilibrado e com a dose certa entre notas de frutas e de madeira (quando o branco fermenta ou amadurece em barricas de carvalho). Ele também elogiou o pinot noir, que ganhou fama no país com o filme Sideways – Entre umas e outras. E frisou que, ao contrário das normas europeias, as denominações de origem, que nos Estados Unidos são chamadas de AVAs, definem apenas a região vinícola e não as variedades que podem ser cultivadas.
Mas o que chamou mais atenção foi que Kruth defendeu a educação das pessoas para aumentar o consumo da bebida. Foram com eventos para promover o vinho, explicá-lo e desmitificá-lo que os Estados Unidos se tornaram um grande consumidor de brancos e tintos. Se este conselho for seguido por aqui, tem grandes chances de que os vinhos norte-americanos passem a representar mais do que o 1% que ocupam no ranking dos rótulos importados no mercado brasileiro.