Um dos hábitos que mais cresceu durante a pandemia de coronavírus foi o de pedir comida por aplicativos. Essa comodidade, no entanto, está pesando mais no bolso do brasileiro, especialmente agora que é possível frequentar bares e restaurantes novamente.

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De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), pedir um prato de comida pelo iFood, app que lidera o segmento, é 17,5% mais caro, em média, do que fazer a refeição no salão do restaurante, mesmo pagando a taxa de serviço de 10% dos estabelecimentos.

A conclusão foi obtida a partir de consulta a 1.600 estabelecimentos do País realizada no mês de julho e não leva em conta os custos de deslocamento, como a taxa de entrega, no caso do iFood, ou os gastos com estacionamento e combustível, no caso da modalidade presencial.

De acordo com a associação, a diferença se dá pois os restaurantes estão repassando as taxas que o iFood cobra dos restaurantes para os consumidores. Essa taxa varia de 16% a 25%, mas há casos em que o app de delivery fique com 30% do valor de um pedido. Vale lembrar que, no auge da pandemia, muitos estabelecimentos optaram por não repassar essa taxa aos clientes.

Para a Abrasel, o problema acontece por causa da falta de concorrência – o iFood detém 80% do mercado de delivery no Brasil. “Precisamos encontrar uma solução para baixa concorrência”, afirmou Paulo Solmucci Junior, presidente da Abrasel, em entrevista ao UOL.

O levantamento, inclusive, faz parte de processo em andamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que visa apurar se se há abuso de posição dominante por parte do iFood no mercado.

Por meio de comunicado, o app de delivery afirmou que as taxas cobradas dos restaurantes “são compatíveis com os valores cobrados por concorrentes no mercado brasileiro” e que investe em soluções para reduzir o preço da alimentação para o consumidor.

(*) Da redação da Menu