por Roberto Fonseca

Cervejas colaborativas com produtores internacionais já não são exatamente novidade no Brasil. Mas boa parte desses trabalhos conjuntos envolve receitas de inspiração norte-americana (IPAs ou Imperial Porters, por exemplo) ou mesmo cervejeiros daquele país (os casos mais notórios foram Greg Koch, da Stone, e Garrett Oliver, da Brooklyn). Por isso, chama a atenção quando uma marca nacional – a catarinense Blumenau – anuncia uma Doppelbock feita a quatro mãos com a dona de uma das Lagers fortes mais conhecidas do mundo, a Samichlaus.

Com 14% de teor alcoólico, a Samichlaus – cuja origem é suíça, mas há mais de uma década pertence à austríaca Eggenberg, que existe há 336 anos – é produzida uma vez por ano, em 6 de dezembro, segundo a fábrica. Ainda de acordo com o produtor, ela só é colocada à venda após 10 meses de maturação e pode ser guardada por muitos anos.

A Doppelbock nacional que será produzida em 1º de junho pelas duas marcas deve seguir caminho similar ao da Samichlaus. A receita prevê 12% de teor alcoólico e o processo de produção deve levar três meses – boa parte deles em maturação. Serão criadas duas versões da cerveja, ainda sem nome definido: a brasileira levará lúpulos austríacos na composição. Cervejeiro e um dos donos da Eggenberg, Karl Stöher virá ao Brasil participar da brassagem.

Em setembro, Fernando Lapolli, cervejeiro e sócio da Blumenau, irá à Áustria reproduzir a receita com duas novidades: o uso de sementes de cumaru e de barris de amburana na maturação. Como a Samichlaus é importada para o Brasil pela Bier & Wein, resta torcer para que essa versão também chegue às prateleiras nacionais.