22/07/2025 - 8:30
Tinto, branco, rosé, espumante ou licoroso: as opções de garrafas no universo dos vinhos são infinitas. Em algum momento de compra de novos exemplares, muitos apreciadores das safras fermentadas já se depararam com a clássica pergunta: devo abrir a garrafa agora ou guardá-la para envelhecer?
Embora não exista uma resposta exata e a decisão dependa em grande parte da preferência do consumidor, há diversas dicas e justificativas por trás da maturação de alguns vinhos.
“Os vinhos mais ‘envelhecíveis’ têm um final longo a ultra longo, o que significa que seus sabores perduram por muito tempo depois de degustados. Esses sabores persistentes significam que o vinho tem uma concentração muito boa, o que é, efetivamente, a resistência de um vinho. Essas safras também tendem a ter um bom equilíbrio estrutural”, explicou a escritora e crítica de vinhos Christy Canterbury à “Food&Wine”.
+ Óleo na água do macarrão? Chef explica por que gordura não deve ser adicionada ao preparo de massas
+ Terraço Jardins recebe chef Vinícius Balbueno na 2ª edição do ‘Chefs Viajam’
Por que envelhecer as garrafas de vinho?

Primeiro, é essencial observar as motivações por trás do tempo maior de armazenamento na adega e notar que nem todos os vinhos se tornam mais saborosos com o tempo de maturação.
Em geral, o envelhecimento de uma garrafa estimula o amolecimento dos sabores primários e secundários, favorecendo o desenvolvimento de características terciárias. Já em termos de textura, os taninos e a acidez amolecem à medida que o vinho amadurece. Em contrapartida, o álcool e o açúcar permanecem nos níveis habituais.
De acordo com especialistas, boa parte dos vinhos devem ser consumidos dentro de um ano após seu lançamento. Tendo isso em mente, o fator mais importante na hora da escolha é balancear o gosto pessoal e o estilo da safra.
Além disso, é importante que os amantes da bebida entendam que se o primeiro contato com a amostra não foi agradável, dificilmente a maturação irá mudar a relação do consumidor — o tempo guardado não é sinônimo de qualidade.
Notas afetadas pelo amadurecimento
Para aqueles que preferem notas de frutas secas e suculentas ou toques terrosos e florestais proeminentes, envelhecer o vinho por um período médio ou longo pode ser benéfico. Já para os que saboreiam frutas frescas e não apreciam tons intensos de alcatrão ou couro, vinhos mais novos são a alternativa ideal.
- Vinhos novos: sabor preenchido por frutas frescas e marcantes; acidez forte, perfil limpo, frutado e com pouca terra ou couro, notas herbais brilhantes, como ervas frescas e pimentão;
- Vinhos envelhecidos: tons de frutas secas, cristalizadas ou com mel, acidez suavizada, levedura pronunciada, nuances terrosas, de alcatrão, de couro ou de solo florestal.
Confira três dicas para decidir se um vinho deve envelhecer ou ser aberto
- Verifique o acabamento: se as notas primárias do vinho persistirem por um grande tempo após a degustação, com taninos e acidez equilibrados, é provável que a garrafa seja encorpada o suficiente para lidar com o tempo guardado;
- Conheça o seu paladar: tenha em mente suas notas de degustação favoritas ou as que estão na lista de experimentação. Se você prefere sabores com toques de frutas vibrantes e frescas, abra as garrafas o quanto antes;
- Amplie sua janela de degustação: beba o vinho por algumas horas em diferentes temperaturas. A abertura em intervalos adiciona camadas de sabor e beneficia aqueles que optam pela maturação.