24/06/2025 - 8:30
O restaurante do chef nipo-peruano Mitsuharu “Micha” Tsumura, Maido, foi eleito o melhor do mundo em 2025 pelo The World’s 50 Best Restaurants na quinta-feira, 19. Os aromas da culinária peruana com toques japoneses dominam os três andares de uma casa de esquina, no bairro de Miraflores, no Peru.
“É um sonho que vira realidade, ainda estou digerindo. Não é só ser eleito o melhor, é saber que você tem uma voz e portanto responsabilidade com a gastronomia. Os melhores momentos da vida acontecem na mesa”, declarou Micha, após a conquista.
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2025 marca mais uma conquista da gastronomia latino-americana no cenário internacional: 10 restaurantes da região estão entre os 50 melhores do mundo – incluindo o carioca Lasai. Essa é também a segunda vez que uma casa peruana atinge o topo do ranking — o antecessor é o Central, de Virgilio Martínez, também localizado em Lima.
Quem é o chef da melhor casa do mundo?
Nascido fruto da união entre um japonês e uma peruana, Micha conviveu desde cedo com diversas influências culinárias. O nipo-peruano estudou nos Estados Unidos e se formou no Japão antes de retornar à Lima e abrir o Maido em 2009.
“A cozinha peruana é civilização. São mais de 7 mil anos de cultura. Fermentações, secagens a frio, técnicas milenares. Isso está no nosso DNA”, explica o chef em entrevista ao “O Tempo”.
Tendo passado por tantos países e culturas, o cozinheiro buscou construir a casa com base na união da pluralidade entre a gastronomia das nações. Antes de receber o título deste ano, em novembro de 2024, o estabelecimento bateu na trave ficando em quinto lugar.
Quanto custa comer no melhor restaurante do mundo?
A casa nikkei reflete as origens de seu comandante: japonês por parte de pai e limenho por parte de mãe. Os menus-degustação variam nos preços e podem chegar a custar R$ 3,7 mil por pessoa, dependendo da harmonização incluída.
Todas as bebidas são escolhidas com cuidado por Florencia Rey, eleita a melhor sommelière da América Latina em 2023, e a carta exibe vinhos naturais, saquês raros e coquetéis autorais.

Familiar aos nativos e uma surpresa aos turistas, uma das opções é a Experiência Maido, que conta com dez etapas. O serviço começa pelo zig zag amazônico, seguindo de um sanduíche de presunto de pirarucu defumado com pimenta ají dulce, mel de abelha melipona e karashi; continua por uma versão nikkei do tradicional “a lo pobre”, feita com wagyu, creme de banana com missô, arroz de sushi frito e ovo com ponzu; além de ouriço-do-mar e vieiras peruanas servidas com creme de arracacha – raiz andina semelhante à batata-baroa – e azeite de manjericão.
Antes da sobremesa, um dashi quente chega à mesa com timo de vitela defumado, milho crocante e tempurá. Em todos os pratos, o foco do restaurante é garantir o máximo respeito aos ingredientes do país e manter a originalidade.
O nome Maido
Como detalhe, o nome “Maido” se originou a partir de uma saudação japonesa — algo similar a “bem-vindo”, em português —, simbolizando um dos lemas da casa: receber os visitantes de forma calorosa e entusiasmada.