Nem todos sentem o impacto da inflação do mesmo jeito. Grandes empresas, por exemplo, conseguem negociar preços melhores com seus fornecedores por causa do volume de compras.

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É uma vantagem fora do alcance para a maior parte da população, que tem cada vez mais dificuldade para levar carne para a mesa, e para pequenos empresários, que precisam fazer malabarismos para manter a lucratividade de seus restaurantes.

Quando os custos aumentam demais, no entanto, até mesmo marcas renomadas precisam buscar soluções criativas. Foi o que fez a rede de fast-food Giraffas, que tirou pratos com filé-mignon de seu cardápio e, no lugar, colocou uma opção com coxão duro, corte bem mais barato.

“(Filé-mignon) estava vendendo pouco e era muito caro para o nosso público. Por outro lado, estamos vendendo muito bem o Churrasquito (feito com coxão duro). É um produto de boa qualidade, macio e com custo competitivo”, explicou Carlos Guerra, presidente do Giraffas, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Nas unidades da rede, o prato sai por R$ 21,90.

Lançar porções maiores, para dividir, também faz parte da estratégia da empresa para se manter no azul. “Ampliamos as opções de itens para compartilhar durante a pandemia, o que aumentou o nosso tíquete médio”, afirmou Guerra.

E o delivery ganhou mais atenção, com o lançamento da marca Safari Marmitas, que traz sanduíches e pratos feitos. Até 2019, o serviço de entregas representava, Atualmente, essa participação no faturamento subiu para quase 15% “Nossa marmita (R$ 19) é muito bem servida, pesa 600 gramas”, disse o empresário.

As carnes acumulam alta de 22% nos últimos 12 meses. Em outubro, foi registrado o primeiro recuo no preço das proteínas em 16 meses – mas a queda foi quase imperceptível. Segundo o IPCA-15, do IBGE, considerada a prévia da inflação oficial do País, as carnes ficaram apenas 0,31% na última pesquisa.

(*) Da redação da Menu