A rede de restaurantes Madero, do empresário bolsonarista Junior Durski, entrou nesta terça-feira (3) com pedido de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e quer usar metade dos recursos captados para diminuir seu endividamento, que cresceu 40% só este ano.

+Bolsonaristas fazem campanha para rede Madero não quebrar
+Com dívidas “substanciais”, rede de restaurantes Madero pode fechar
+Madero afirma ter caixa “robusto” para pagar dívidas, diz proprietário

A dívida bruta passou de R$ 705 milhões, em dezembro passado, para R$ 989,6 milhões, no encerramento de junho. Em relação a dezembro de 2019, as dívidas quase triplicaram.

O Madero fechou junho com R$ 1,8 bilhão em obrigações, incluindo a dívida bruta, arrendamentos, despesas com impostos e previdência – conta que subiu 17,3% ante dezembro.

Apesar do aumento da dívida, o Madero informa que chegou a um acordo com os bancos credores – BTG Pactual, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú, todos presentes na coordenação do IPO.

Em 30 de junho, a empresa conseguiu obter o consentimento para todas as suas obrigações previstas e que poderiam não ser cumpridas nos contratos de empréstimos e financiamentos.

Entre junho e julho, em nova rodada de negociações com os credores, o Madero conseguiu uniformizar os acordos com os bancos, segundo o prospecto preliminar.

A expectativa é de que o IPO ocorra ao fim do terceiro trimestre deste ano ou no começo do quarto trimestre. Algumas reuniões iniciais para testar o interesse dos investidores e gestores foram feitas nas últimas semanas.

Dos recursos captados no IPO, que pode superar R$ 2 bilhões, de acordo com fontes, o Madero pretende utilizar 50% para investir na expansão de restaurantes e 50% para saldar contratos financeiros, conforme o prospecto.

Na parte de expansão, a rede informa que tem potencial para abrir 400 unidades nos próximos dez anos, incluindo as bandeiras Madero e Jerônimo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(*) Da redação da Menu