Para vender mais de 10 variedades raras de chás chineses, o restaurante Glassbelly, de Hong Kong, investiu nada menos que R$ 24 milhões. Boa parte do montante foi usado para construir um sistema mais moderno de padronização de chás e permitir que os consumidores tenham certeza de que estão comprando um chá raro de origem certificada.

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“O chá chinês estava sendo vendido como há mil anos, ainda só pela história e sentimentos. O sistema de rotulagem estava incompleto e não havia regras a seguir. Muitos vendem chás alegando que são verdadeiros, mas na verdade não são”, explicou Wing Yueng, fundadora do restaurante, de acordo com reportagem do site G1.

“Levamos muitos anos para construir nosso sistema de classificação de bons chás com cientistas e médicos. O maior investimento foi no método para distinguir a qualidade do chá pela degustação, que permite que todos possam diferenciar um chá bom e um chá ruim”, afirmou a fundadora da loja.

Com isso, Wing conseguiu comercializar raridades como o chá Niu Lan Keng Rou Gui. O produto faz parte da família “oolong rochoso” e é encontrado apenas em um local de difícil acesso, dentro do parque nacional nas montanhas Wuyi, no leste da China. Sua porção mínima, de 25 gramas, custa US$ 4.560 — cerca de R$ 23 mil. O quilo sai por quase R$ 820 mil.

“Há sempre um grupo de pessoas com bom gosto e à procura de novas experiências. O produto mais vendido é o Osmanthus de nível básico do chá Rou Gui. E descobrimos que as pessoas com formação em vinho são mais fáceis de apreciar os diferentes níveis de qualidade do chá”, acrescentou.

“Nossa missão é mostrar ao mundo que o chá chinês premium é irresistível e muito complexo. É como o marketing do vinho: há um processo de aprendizagem para apreciar sabores e estrutura”, finalizou a empresária.

(*) Da redação da Menu