O falsificador de vinhos Rudy Kurniawan

Por Suzana Barelli

Terminou na quarta-feira 18, depois de sete dias, o julgamento do indonésio Rudy Kurniawan, processado por falsificação de vinhos, em Nova York. Agora, a defesa do indonésio, que por anos falsificou e vendeu seus vinhos, inclusive em leilões de preços recordes, tem até final de março para recorrer da decisão – unânime – do júri. A sentença final deve ser publicada em abril de 2014. É esperado que Kurniawan passe décadas na prisão, segundo reportagem da revista inglesa Decanter.

Por anos, Kurniawan foi ágil em oferecer vinhos raros, antigos, a apreciadores endinheirados e ávidos por exclusividades. Ele foi preso em março de 2012, por supostamente tentar vender vinhos falsos de Bordeaux e da Borgonha. O indonésio de 37 anos, conhecido como um colecionador de vinhos e até então cortejado neste mundo de baco, foi descoberto por, digamos, descuidar da história. Para oferecer tintos franceses cada vez mais raros, ele acabou criando rótulos inexistentes. Um dos exemplos foi relatado na corte de Nova York, por Laurent Ponsot, dono da Domaine Ponsot. Em 2008, ele tentou de vender, na Acker Merrall & Condit, casa de leilão de Nova York, garrafas raras da safra de 1945 do Clos Saint-Denis de Ponsot. O “detalhe” é que este vinho só começou a ser elaborado em 1982. Avisado, a casa de leilões cancelou a venda na véspera do evento.

O advogado de defesa, Jerome Mooney, disse que vai recorrer da decisão do júri. Segundo ele, o mercado de vinhos finos está repleto de corrupção e seu cliente foi um bode expiatório para a fraude desta indústria. Vale aguardar as cenas dos próximos capítulos.