por ANSA

A palavra “Itália” costuma carregar consigo imagens que remetem a uma gastronomia mundialmente celebrada e famosa por suas massas e pela simplicidade de seus pratos.

Não é novidade para ninguém que os italianos entendem muito sobre comer, mas eles também ostentam um vasto conhecimento sobre beber. E não apenas vinhos.

Drinks nascidos no país da bota conquistam paladares no mundo todo, inclusive no Brasil, e são uma forma de conhecer um pouco mais sobre sua cultura enogastronômica, sem apelar para aquele já batido macarrão à bolonhesa ou para os vinhos de Chianti.

Confira abaixo três drinks da Itália que fazem a alegria de bebedores pelo planeta:

(foto: Gabriel Reis/ Ag. IstoÉ)

negroni

Idealizada pelo conde Camillo Negroni, de Florença, essa bebida é destinada aos mais “experientes”, já que reúne três componentes alcoólicos: Campari, gim e vermute tinto. Seu nascimento remete a 1919, quando o conde bebia um coquetel “americano” em um café florentino.

Cansado da mistura entre Campari, vermute e água gaseificada, Negroni pediu para o barman trocar essa última pelo gim, uma homenagem a suas viagens a Londres. A combinação agradou ao nobre italiano, que passou a dar nome ao drink.

Segundo Fernando Henrique, barman do Brace Bar & Griglia, restaurante do Eataly São Paulo, a receita é muito simples: basta colocar bastante gelo em um copo misturador, acrescentar 30 ml de Campari, 30 ml de gim e 30 ml de vermute tinto e servir em um copo de uísque com uma rodela de laranja.

Existe também uma variação famosa do Negroni, o “Negroni Sbagliato”, ou, em português, “Negroni errado”, que substitui o gim por prosecco. “Fica uma versão bem mais suave que o Negroni tradicional”, afirma o barman.

(foto: divulgação/ Rodrigo Azevedo)

aperol spritz

Da capital da Toscana, viajamos agora para o Vêneto, terra do Aperol Spritz. Durante boa parte do século 19, essa região da Itália fez parte do Império Austro-Húngaro, cujos soldados tinham o hábito de acrescentar água com gás aos fortes vinhos vênetos.

Foi assim que surgiu o Spritz, nome que deriva do verbo alemão “spritzen”, que significa “borrifar”. Mais tarde, entre as décadas de 1920 e 1930, alguns venezianos criaram o costume de acrescentar o alaranjado Aperol à mistura de prosecco (vinho típico do Vêneto) e água gaseificada.

Desde então, tornou-se um dos drinks mais tradicionais de Veneza. “O Aperol Spritz é uma boa indicação para quem quer chegar no restaurante e tomar algo mais leve, mais suave”, diz Fernando Henrique. Sua receita prevê entre 50 e 60 ml de Aperol, 150 ml de prosecco branco e um pouco de água com gás, além de bastante gelo e uma rodela de laranja.

Dos três drinks, o Aperol Spritz é o que mais agrada ao público do Brace Bar, até por ter uma característica mais refrescante.

bellini

(foto: reprodução/ iStock)

Mais “jovem” dos três, o Bellini é ainda o mais doce e também foi criado em Veneza, pelo barman Giuseppe Cipriani, do Harry’s Bar. A bebida é composta de prosecco e suco de pêssego e tem esse nome porque sua cor rosada (decorrente do pêssego mais comum na Itália) lembrava a Cipriani o tom da roupa de um santo pintado pelo renascentista veneziano Giovanni Bellini (1443-1516).

O drink virou uma instituição da capital do Vêneto e até hoje leva hordas de turistas ao Harry’s Bar, que fica a poucos passos da praça San Marco e era visitado por gente como Ernest Hemingway e Orson Welles.

Assim como o Negroni e o Aperol Spritz, é bastante simples de se fazer: uma ou duas doses de polpa de pêssego, a mesma medida de prosecco branco e um toque de suco de limão, apenas para dar um aspecto cítrico ao coquetel. “Ele é um drink um pouquinho mais doce devido à polpa de pêssego”, diz Fernando Henrique. (ANSA)