Visitar renomados restaurantes, hospedar-se em hotéis cinco estrelas e, além de não gastar o próprio dinheiro, ser pago para tal: esse é o trabalho dos inspetores secretos do Guia Michelin. Para viver a vida “dos sonhos” de muitos, esse grupo exclusivo passa por um ostensivo treinamento e deve se manter em completo segredo.

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Durante a cerimônia de lançamento da 7ª edição do Guia MICHELIN no Brasil, que aconteceu no Rio de Janeiro, em maio, Gwendal Poullennec, diretor internacional dos Guias Michelin, detalhou o trabalho dos inspetores secretos.

No evento, Gwendal explicou que os inspetores não eram parte do evento porque devem se manter no anonimato. Apesar disso, ele garantiu que se trata de um grupo de homens e mulheres apaixonados por comida.

Como trabalham os inspetores secretos do Guia Michelin

Todos os profissionais têm histórico de trabalho para a indústria alimentícia. Segundo Gwendal, quando são contratados, eles passam por dois a três anos de treinamento antes de estarem aptos a trabalhar como inspetores Michelin em tempo integral, “viajando o mundo e não somente compartilhando o amor pela culinária, mas passando todo o seu tempo, almoço e jantar, comendo em restaurantes maravilhosos”.

O anonimato é a chave do trabalho. “Precisamos estar aptos a recomendar restaurantes sem quaisquer viés, e quando os inspetores entram em um restaurante eles precisam ser tratados como qualquer cliente comum, sem tratamento VIP”, destacou o diretor.

Seleção de restaurantes

De acordo com Gwendal, um restaurante nunca recebe uma Estrela Michelin baseada na avaliação de um único inspetor. “É sempre uma decisão em grupo, nunca individual. E os mesmos inspetores nunca vão duas vezes ao mesmo restaurante. Precisamos de opiniões diferentes para alinhar a recomendação e compartilhar com os clientes”, pontua, enfatizando também que a mesma metodologia é utilizada consistentemente em todas as cidades que fazem parte do Guia.

Cinco critérios são utilizados para determinar os restaurantes recomendados:

  • Qualidade dos ingredientes;
  • Domínio das técnicas de culinária;
  • Equilíbrio de sabores;
  • Personalidade do chef expressada no prato;
  • Consistência do estabelecimento ao longo do menu e ao longo de todo o tempo.