Por Suzana Barelli

As promessas da gastronomia brasileira é a principal reportagem da edição da revista Menu, que está nas bancas. O tema marca as comemorações dos 17 anos da publicação, completados agora em novembro. E como uma boa receita não vive sem o vinho, perguntamos também para 11 profissionais do mundo de Baco quais jovens de hoje devem ser a referência neste mercado na próxima década.

Nesta enquete, o nome de quatro brasileiros se destacaram no universo de brancos e tintos. Foram duas sommelières que, por coincidência, tem o mesmo nome, a Gabriela Bigarelli e a Gabriela Monteleone; um enólogo, o André Peres Júnior, da Vinícola Aurora e o Paulo Brammer AIWS, sócio da escola de vinhos Enocultura.

Para justificar seus votos, os entrevistados defenderam a maneira profissional com que estas pessoas vêm trabalhando no difícil mercado brasileiro. “A Gabriela Bigarelli tem uma dinâmica com as cartas de vinho e se preocupa em praticar preços acessíveis aos clientes”, afirma Jane Pizzato, da vinícola gaúcha que leva o sobrenome de sua família. Gabriela tem uma empresa que monta e gerencia a carta de bebidas de vários restaurantes com destaque para o Maní, dos chefs Helena Rizzo e Daniel Redondo.

A Gabriela Monteleone ficou conhecida por seu trabalho à frente do restaurante D.O.M. Soube unir os vinhos ao cardápio de texturas e sabores únicos do chef Alex Atala. Com o nascimento de seu primeiro filho, ela saiu da rotina do restaurante e hoje dá consultorias e cursos de vinho, alguns em parceria com seu marido, Manoel Beato.

O jovem André Peres é visto como um enólogo que trouxe novos valores numa empresa bem tradicional, a cooperativa gaúcha Aurora. “É uma figura que representa a inovação em seu trabalho de desenvolver produtos especiais e de qualidade em uma das mais representativas cooperativas do Brasil”, destaca Mario Geisse, sócio da brasileira Cave Geisse e enólogo da chilena Casa Silva.

Paulo Brammer AIMS, por sua vez, é sócio da escola Enocultura, junto com Thiago Mendes. Além de ser uma das escolas que representa o Wine & Spirit Education Trust (WSET) no Brasil (a outra é a The Wine School), Brammer vem se destacando por trazer diversos eventos e degustações para o Brasil. Em tempo: AIMS é a sigla que indica que o professional foi aprovado no Diploma em Vinhos e Destilados, e está apto para estudar para ser um Master of Wine, o mais cobiçado título no mundo do vinho.

Os entrevistados também podiam indicar profissionais de outros países. Aqui o destaque foi o sommelier chileno Marcelo Pino. “Como surfista e professional do vinho, ele é também um especialista em comida japonesa e nas suas harmonizações”, afirma Eugenio Echeverria, da The Wine School. Outro nome é Victoria Burt MW, que conquistou o título de master of wine no tempo mínimo (cerca de três anos) e atualmente trabalha no próprio WSET.

Participaram da enquete: Andre “Deco” Rossi, do blog Enodeco; Bernardo Silveira AIWS, da importadora Zahil; Ciro Lilla, dono da importadora Mistral; Eugenio Echeverria, sócio da The Wine School; o especialista José Luiz Pagliari; Jane Pizzato, da vinícola Pizzato, Juliana Trombeta Reis, do Senac-SP, Gilberto Medeiros, presidente da Sociedade dos Amigos do Vinho – São Paulo; Marina Beltrame, da Escuela Argentina de Sommeliers; Mario Geisse, sócio da Cave Geisse e Paulo Brammer AIWS, da escola Enocultura.