Hoje em dia, é mais fácil encontrar uma grande variedade de vinhos – seja em supermercados, seja em lojas especializadas – do que há alguns anos. Mas muita gente que aprecia a bebida ainda tem medo de arriscar e fazer novas escolhas, ou mesmo pedir algum rótulo diferente no restaurante.

Para ajudar, o sommelier e professor Jonas Martins, da importadora de vinhos MMV, dá quatro dicas importantes para quem quer entender um pouco mais sobre vinhos e suas particularidades.

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“Ao longo da minha carreira, sempre busquei desmistificar algumas lendas em torno da apreciação de vinho, ao passo que também considero importante ressaltar alguns pontos que irão ajudar pessoas que se interessam por esse universo tão rico e bacana”, diz Martins.

Comece pelos fáceis

vinho branco
Foto: Pexels

O sommelier afirma que o primeiro passo para quem está começando a estudar o assunto é buscar rótulos que sejam fáceis de encontrar e de comparar, especialmente aqueles com preços atrativos e uvas mais conhecidas. Por isso, os vinhos sul-americanos, pelo acesso mais fácil, são boas opções.

Dentre as uvas brancas que pertencem a essa categoria, estão a sauvignon blanc e a chardonnay. Como exemplos, Martins cita rótulos como os chilenos Fortunatus Sauvignon Blanc e o Felitche Chardonnay, da vinícola Alto Roble. Segundo Martins, são dois rótulos bem interessantes, pois, apesar da qualidade, têm um preço muito atrativo também.

Ainda do Chile, o Felitche Cabernet Sauvignon é para aqueles que desejam começar com um vinho tinto. Migrando para a Argentina, terra dos famosos Malbecs, o Cinco Sentidos Malbec não irá assustar na primeira degustação, já que os vinhos dessa uva são marcantes e particulares. Já o Felitche Rosé, é um vinho de entrada para quem quer uma bebida com outro estilo, mais fresco, mesmo sendo produzido com uva tinta.

Martins afirma que, em geral, é mais fácil degustar vinhos brancos, pois são mais diretos, mostram de cara seus aromas e sabores, pois os tintos costumam ser mais complexos e encorpados.

“Então, eu penso que a ordem seria mesmo começar com os brancos, passar para alguns rosés e ir para os tintos, mas não é uma regra. Eu acho que, principalmente para quem está começando, o importante é provar o máximo possível, provar de tudo, mas deixo como sugestão começar pelos brancos, passar pelos rosés e chegar nos tintos”, explica Martins.

Prove com atenção

Vinho
Foto: Pexels

Outro ponto interessante para os apaixonados por vinhos é entender como identificar os aromas e as notas olfativas que os sommeliers tanto destacam nas degustações. O primeiro passo é prestar atenção nas coisas do dia a dia.

Segundo o sommelier, de nada adianta querer “desvendar” as notas de um vinho se a pessoa nunca reparou nos cheiros do ambiente, como, por exemplo, o de uma laranja cortada, de uma cebola refogada ou de uma defumação com lenha.

Vale começar por aromas agradáveis e tentar identificar os pontos principais. O perfume que se usa, por exemplo, tem cheiro de uma madeira, de flor, de fruta? Daria para identificar? “Prestar atenção ao ambiente e às experiências sensoriais é desenvolver um controle para poder, ao apreciar uma taça, criar paralelos entre as coisas que você sente, que você sabe o aroma e sabor, e o que você tem no vinho”, diz o sommelier.

Deixe para depois: rótulos “faixa-preta”

Que tal um vinho vivo para brindar à vida?
Foto: Marcelo Curia/Reprodução Instagram

Em contrapartida, alguns tipos de vinhos, para que sejam aproveitados em sua máxima excelência, demandam um pouco mais de experiência. Não quer dizer que não se deve bebê-los, mas eles serão melhor aproveitados por um apreciador que está há mais tempo provando vinhos.

A uva nebbiolo, usada na produção do Barolo, do Piemonte, na Itália, é uma uva que permite vinhos mais complexos e estruturados. Na MMV, a empresa tem dois Nebbiolos: um Viapiana, vinícola do Sul do Brasil, e um da chilena La Prometida Revoltosa, novidade no portfólio da empresa.

“Às vezes um iniciante vai provar um vinho desses e nem consegue aproveitar a bebida, ou sequer gosta, porque são vinhos que têm uma complexidade supergrande, taninos mais agressivos”, conta o especialista.

Alguns brancos também podem entrar na lista. O italiano Inusuale, da Inserrata, é um 100% sangiovese, uva tinta que, surpreendentemente, gera um vinho branco, único. E, para dar valor a essa garrafa, é preciso experiência, segundo Martins.

Por fim, vinhos naturais, que são aqueles produzidos com técnicas mais rudimentares e uso quase zero de produtos químicos, com o mínimo de intervenção humana, também fazem parte dos vinhos “faixa-preta”, como diz Martins. Para entender, por exemplo, o Malbec Natural Krontiras, da Argentina, é preciso ter referências anteriores com Malbecs menos complexos, para a experiência ser completa.