Beber em 2026 será menos sobre exagero e mais sobre uma escolha. O mercado de bebidas alcoólicas caminha para um novo momento, em que saúde, funcionalidade, memória afetiva e inovação se encontram para atender um consumidor cada vez mais atento ao que consome, e principalmente ao contexto em que bebe. A experiência segue no centro da mesa, mas agora vem acompanhada de consciência, leveza e propósito.

O calendário ajuda a explicar parte desse movimento. Com Copa do Mundo e uma sequência de feriados prolongados, o próximo ano promete muitos encontros, celebrações e ocasiões sociais. A diferença está no jeito de brindar. As pessoas querem aproveitar, mas sem abrir mão do bem-estar, do equilíbrio e de escolhas mais responsáveis.

Uma das tendências que melhor traduz esse novo comportamento é o chamado zebra striping, conceito identificado pela Euromonitor International. A prática consiste em intercalar bebidas alcoólicas e não alcoólicas em uma mesma ocasião ou ao longo do dia, criando um ritmo de consumo mais moderado. O hábito reflete uma relação mais saudável com o álcool e abre espaço para experiências mais leves e sustentáveis.

Esse cenário dialoga diretamente com o crescimento do mercado de bebidas saudáveis. Segundo dados da Mordor Intelligence, o setor deve registrar uma expansão média anual de 3,49% entre 2025 e 2030, impulsionado pela busca por produtos de baixa caloria e alinhados a diferentes estilos de vida.

Outra mudança perceptível está na forma como as pessoas escolhem o que beber. Comprar deixou de ser um gesto automático. Hoje, o consumidor tem o costume de pesquisar, comparar, observar rótulos e se conectar com marcas que contam boas histórias. A embalagem, nesse contexto, também ganhou um papel decisivo. Um estudo da Two Sides Brasil mostra que ela influencia a decisão de compra em 99% dos casos, seja de forma constante ou frequente.

Para João Paulo Modulo, Head de Marketing da Missiato Indústria e Comércio Ltda., o design vai além da função estética. Ele precisa criar vínculo. Segundo ele, quando a identidade visual conversa com o consumidor, o produto deixa de ser apenas uma bebida e passa a carregar também um significado. É o que aconteceu com a marca Corote, que construiu uma identidade tão reconhecível que se tornou sinônimo de categoria, criando conexão emocional imediata e senso de pertencimento.

A conveniência também segue como protagonista. Os drinks RTDs, conhecidos como Ready To Drink ou Pronto para Beber, devem ocupar ainda mais espaço em 2026. Práticos, saborosos e com propostas cada vez mais variadas, eles acompanham o ritmo da vida contemporânea. Dados da Fortune Business Insights indicam que o mercado global de RTDs foi estimado em US$ 732,49 bilhões em 2023 (cerca de R$ 4,1 trilhões) e pode alcançar US$ 1,22 trilhão até 2032 (cerca de R$ 6,8 trilhões), com crescimento anual de 6,06%.

Olhando para 2026, o mercado de bebidas alcoólicas aponta para um futuro em que inovação, personalização e experiência caminham juntas. Drinks mais leves, refrescantes, visualmente atraentes e com referências tropicais ganham espaço ao lado de sabores que despertam memória afetiva e celebram o encontro. Como resume João, o próximo ano será marcado por criatividade, estética e diversão, com um brinde que faz sentido do primeiro gole ao depois da última taça.