O mundo da gastronomia ficou em choque nesta semana depois que o prestigiado Guia Michelin retirou uma estrela do restaurante parisiense de Guy Savoy – que é frequentemente apontado como o melhor chef do mundo.

Savoy, de 69 anos, detém o status de três estrelas Michelin desde 2002 por seu icônico restaurante Monnaie de Paris, com vista para o rio Sena. O chef foi eleito o melhor chef do mundo em novembro de 2022 pela publicação La Liste, que agrega milhares de críticas de todo o mundo, como mostra reportagem do site EuroNews.

A fama de Savoy vai além da excelência culinária francesa – ele tem outro restaurante com estrela Michelin em Las Vegas, nos Estados Unidos, e até emprestou sua voz para a versão francesa do filme queridinho da Pixar, “Ratatouille”.

Mas ele não é o único chef que viu a Michelin retirar suas estrelas. O guia fez o mesmo com o restaurante de frutos do mar de Christopher Coutanceau, em La Rochelle, que também passou de três para duas estrelas.

Coutanceau e Savoy não serão os únicos a ter um gosto amargo na boca pela escolha da Michelin. Embora seu guia mais recente não seja lançado até a próxima segunda-feira (6), acredita-se que cerca de 20 outros restaurantes tenham sido rebaixados de duas estrelas para uma.

As decisões sobre as estrelas conferidas pelo Guia Michelin são sempre envoltas em segredos, e os motivos nunca são revelados. Acredita-se que a Michelin se comunique diretamente apenas com os chefs envolvidos. Savoy teria recebido uma visita pessoal dos editores do guia.

Rebaixar restaurantes é sempre controverso e pode prejudicar a reputação de chefs e restaurantes. Em 2003, o chef francês Bernard Loiseau tirou a própria vida após rumores de que seu restaurante estava prestes a perder uma estrela.

Em 2019, o chef Marc Veyrat entrou com uma ação judicial contra o Guia, sem sucesso, depois que ele foi destituído de uma estrela e tentou se retirar de futuras publicações.

2023 marca a primeira vez que um restaurante foi rebaixado desde 2019. A publicação afirmou que, por causa da pandemia, restaurantes em todo o mundo enfrentaram problemas com escassez de pessoal e preços altos de insumos e aluguéis, tornando a indústria mais difícil do que nunca para negociar. Por isso, as estrelas tinham permanecido no lugar até agora.

Porém, a equipe do Michelin afirmou que os rebaixamentos agora são necessários para que o guia permaneça relevante.