Georg Riedel, especialista em taças de cristal, que criou uma taça para o malbec argentino

Por Suzana Barelli

O austríaco Georg Riedel e, mais recentemente, seu filho Maximilian se especializaram em criar taças específicas para cada estilo de vinho – e ficaram famosos por isso. Ao estudar a arte de beber brancos e tintos, a família Riedel descobriu que o formato da taça influi na percepção da bebida preferida do deus Baco – para quem duvida, basta provar o mesmo vinho em uma taça mais bojuda e em um copo de requeijão. Parecem duas bebidas bem diferentes.

E a austríaca Riedel cresceu ao criar taças – sempre de cristal, algumas feitas artesanalmente – específicas para cada estilo de vinho. Um grande Bordeaux, com taninos bem presentes, pede uma taça mais aberta e grande. Um delicado Borgonha, de notas mais delicadas, se revela em uma taça bojuda, mas de boca mais fechada, como que para “prender” estes aromas. A última da Riedel foi criar uma taça própria para os vinhos elaborados com a malbec, a uva tinta emblemática da Argentina.

A nova taça será lançada em maio de 2013, nas comemorações do Malbec Day, data escolhida pela Wines of Argentina para divulgar os vinhos ícones de seu país. O modelo foi definido na semana passada em Nova York, numa degustação comandada por Maxilimian, que representa a 11ª. geração da família no mundo dos cristais, e que contou com a presença de um brasileiro, o Carlos Cabral, o maior especialista em vinhos do Porto do Brasil e consultor de vinhos para o grupo Pão de Açúcar.

A ideia da taça, conta Cabral, nasceu de uma parceria da vinícola argentina Graffigna, que pertence ao grupo Pernod Ricard, com a Riedel. E os vinhos degustados para definir o modelo mais apropriado para o malbec foram todos da Graffigna, de safras antigas. O desafio, agora, é convencer os demais argentinos e os consumidores do mundo todo que o modelo escolhido é, realmente, o melhor para o malbec.

Na dúvida, o meu conselho é seguir na taça tipo ISO, da própria Riedel. Maior e mais bojuda do que o modelo ISO, criado como parâmetro para as degustações, ela é um modelo coringa, que ajuda a tirar bom partido de vários estilos de vinho diferentes – e não apenas dos argentinos.