Às vezes ficamos supresos quando encontramos, mesmo em alimentos recém-comprados, uma parte deles ou alguma unidade com bolor. Outro dia aconteceu aqui em casa exatamente isso: apenas um tomate-cereja da caixinha estava com um pequeno pedaço mofado. Lavei bem e examinei os outros tomatinhos, estava tudo certo, e foram parar na salada.

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De acordo com nutricionistas e pesquisas já consolidadas na área de segurança de alimentos, porém, não deveria ter feito isso. Tudo bem que o objetivo é não desperdiçar comida, que está cada vez mais cara. Mas o certo é nunca remover o bolor de um pão, legume ou qualquer outro alimento e consumir a parte sem mofo.

“Por regra, será muito mais cauteloso rejeitar todo e qualquer alimento que tenha bolor visível”, explicou José Camolas, vice-presidente da Ordem dos Nutricionistas e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, ao site português Viral. Segundo o nutricionista, mesmo não sendo visível, o bolor já pode ter se espalhado para o interior do alimento.

João Pedro Lima, nutricionista e professor na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, acrescentou que “há bolores que filamentos que não são visíveis à superfície”. Se houver bolor numa determinada zona, é possível que “também possa estar no restante” do alimento e, “por uma questão de segurança, devemos evitar o consumo”, afirmou Lima.

Há alguns casos, no entanto, nos quais os bolores não apresentam riscos à saúde. Queijos são o exemplo mais comum. “Em alimentos que têm naturalmente bolores na sua produção, como queijos que usam fungos selecionados ao longo do tempo e sabemos que não são tóxicos”, comentou José Camolas.

Segundo o Serviço norte-americano de Inspeção de Segurança Alimentar, comer alimentos embolorados pode causar reações alérgicas, problemas respiratórios, infecções alimentares, danos ao fígado e, caso se consuma esse tipo de alimento com frequência, existe até o risco de surgimento de câncer.

(*) Da redação da Menu