16/01/2014 - 16:33
Por Suzana Barelli
Pela primeira vez em 15 anos, as empresas que trabalham com vinho importado não tiveram motivos para abrir um champanhe no final de 2012. No ano passado, as vendas desta bebida caíram 3,225% em valor, em comparação com 2011, segundo dados compilados pelo consultor Adão Morellatto, da International Consulting. Em volume a queda é ainda maior: 9,03%, totalizando 7 milhões de caixas (de 12 garrafas de 750 ml). A redução do volume de garrafas é maior, explica Morellatto, porque nos últimos anos a maioria das importadoras está mudando o seu portfólio para brancos e tintos de maior valor unitário.
A valorização do dólar e do euro frente ao real é a principal razão desta retração das vendas. A alta de impostos – o ano que passou registrou acaloradas discussões sobre o impacto do reajuste da ST (como o imposto de substituição tributária é chamado) no preço da garrafa – também contribuiu para esta redução. Em média, um vinho que custava R$ 50 no ponto de venda em janeiro de 2012 passou a ser vendido por R$ 65 no final do ano. A Lei Seca é o terceiro ponto que contribuiu para a queda da venda dos importados, principalmente nos restaurantes.
Ao mesmo tempo, o mercado registrou um aumento da vendas dos espumantes (principalmente) e dos vinhos nacionais, na casa dos 10% (os dados finais ainda não foram divulgados). Mas ainda não é possível fazer uma correlação direta, indicando que o consumidor do vinho importado migrou para a bebida brasileira. “Imagino que são públicos separados, tem aquele que opta pelos vinhos brasileiros e o que aprecia o importado. São nichos diferentes”, diz Morellatto. A conferir.